Tem mais gente, além de David Neeleman, afim de abrir uma companhia aérea

Foto de Waqas Usman assumed CC via Wikimedia Commons

O setor aéreo americano tem uma efervescência que impressiona. Enquanto as grandes aéreas mantêm-se consolidadas, a qualquer momento surgem novas empresas regionais, cargueiras e de fretamento, que vão da teoria à prática num piscar de olhos. Além da Breeze Airways, do brasileiro David Neeleman, vêm por aí a Global X e a Airbahn.

Sobre a Breeze e a Global X, o AEROIN já explorou bastante. Então essa matéria se concentra na terceira da lista, a Airbahn, que vem tendo um início bem mais discreto do que suas pares. Alguns analistas comentam que a empresa também poderia ter um nome mais “marqueteiro”.

Airbahn

O interessante na história da Airbahn é que seu primeiro registro no Departamento de Transporte dos EUA (DOT) aconteceu em 2018, mas notícias sobre seus planos são relativamente escassas na mídia, enquanto que Breeze e Global X estão quase sempre no “buzz” do momento. Basicamente, o que se sabe da Airbahn é o que consta em seu plano de negócios registrado no DOT.

Também é importante notar que não se trata de uma “piada”, já que a empresa vem, de fato, atuando nos documentos regulatórios e teve concedido pelo DOT, há algumas semanas, seu Certificado de Conveniência Pública e Necessidade para Transporte Aéreo Regional (OST-2018-0159), abrindo caminho para que a empresa possa se estabelecer e oferecer o transporte aéreo de pessoas e correspondências, dentro e fora dos Estados Unidos, num curto prazo.

Quem está por trás

O plano da empresa registrado no DOT fornece algumas pistas sobre os planos da companhia aérea. Inicialmente, a Airbahn foi fundada em fevereiro de 2018 por Tariq M. Chaudhary, que também é o CEO da Airblue, a segunda maior companhia aérea do Paquistão, com uma frota de 10 aeronaves da família Airbus A320. A Airblue vem ganhando espaço no país em meio a todos os escândalos envolvendo sua concorrente estatal, a Pakistan International Airlines (PIA).

Rotas e frota

No plano, consta que a companhia aérea operaria voos na região oeste dos Estados Unidos, fornecendo serviços regulares para como o sul e norte da Califórnia, Nevada e oeste do Canadá. Sua base seria no Aeroporto de Long Beach ou no Aeroporto de Orange County e todos os aviões e tripulações voltariam à base todos os dias.

A companhia aérea planeja ser conservadora e planeja arrendar dois Airbus A320 da Airblue com 174 assentos cada, em uma configuração de uma única classe. O plano era que Airbahn iniciasse as operações em junho de 2019, mas isso obviamente não aconteceu e a pandemia atrasou ainda mais os planos.

No mais, a Airbahn já tem uma página na internet e passou a divulgar algumas vagas para a cidade de Irvine, cidade próxima dos aeroportos supracitados que podem tornar-se sua base.

Eles têm feito as coisas em silêncio e o cronograma parece estar atrasado, mas isso pode até ter favorecido seu início, já que uma concorrente importante, como a JetBlue, acaba de deixar suas operações a partir de Long Beach. Como sempre, aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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