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Titânio ‘fraco’ é o mais novo problema dos Boeings 787 Dreamliner

Boeing 787 Dreamliner – Imagem: Guerric / CC BY-NC-SA 2.0, via Flickr

Em uma história que parece se repetir cada vez mais, a Boeing tem que lidar com um novo problema em seu 787 Dreamliner. Esse é o último de uma série de problemas de produção que atrasaram as entregas de unidades e aumentaram o escrutínio da Administração Federal de Aviação (FAA) na fabricante.

O novo problema, segundo relata nosso parceiro Aviacionline, atinge certas peças de titânio que, por causa de um defeito, são mais fracas do que o exigido pelo projeto da aeronave. Segundo fontes com conhecimento do problema, isso afetaria as unidades construídas nos últimos três anos.

Um porta-voz da empresa observou que “a Boeing está fazendo melhorias no processo de produção, e elevando seus padrões apesar das interrupções operacionais”. Ele também observou que a empresa incentiva seus funcionários e fornecedores a relatar qualquer problema que observem. O porta-voz da americana disse que “relatar problemas é o primeiro passo para resolvê-los”.

A Boeing e os reguladores, após analisar o caso, determinaram que o novo problema “não representa um risco para a segurança da aeronave em operação”. No entanto, a empresa passou a fazer reparos em duas aeronaves – ainda não entregues – que devem permanecer no solo por conterem um grande número dessas peças “fracas”. De acordo com fontes da empresa, a Boeing não planeja retomar as entregas de Dreamliners até novembro, no mínimo.

Problemas específicos de produção ou de cultura industrial?

Essa mais recente novela envolvendo o Boeing 787 começou no final de 2020, depois que pequenas lacunas foram descobertas entre seções do avião, que poderiam levar à fadiga prematura do material. Por causa disso, a FAA privou a Boeing da capacidade de autoaprovar suas aeronaves e emitir seus certificados de aeronavegabilidade. Embora o governo considere as tentativas da Boeing de resolver os problemas de produção “encorajadoras”, isso ainda não atende aos requisitos da agência.

A FAA informou à Boeing que rejeitou a resolução de 48 pontos relatados em setembro que afetaram várias aeronaves. De acordo com a agência, “a referida aeronave não atendia aos padrões exigidos pelas regulamentações federais”

Os problemas estão relacionados a vários elementos, como a espessura da tinta ou a resistência da ligação entre o para-brisa e a fuselagem. Segundo fontes da indústria, a Boeing teria resolvido mais de um quarto dos problemas.

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