Tornam-se conhecidos os próximos dois jatos Embraer que receberão a alcunha de ‘Sultões do Mar’

Foto: Marinha do Paquistão

Em setembro do ano passado, a Marinha Paquistanesa recebeu seu primeiro jato Embraer Lineage 1000, que seria adaptado para missões de patrulha marítima de longo alcance (LRMP) e, como consequência, receberia a alcunha de “Sultão do Mar”.

Nesta semana, tornaram-se conhecidos quais serão os próximos dois jatos do modelo, que se juntarão à armada asiática, num futuro próximo. Um deles tem número de série 19000296 e foi construído em 2010, enquanto o outro, 19000362, foi feito em 2014. Ambas as aeronaves pertenciam a empresas privadas, transportando viajantes VIP sob contratos de aluguel.

Os jatos estão atualmente armazenados e devem ser entregues em breve. Eles são parte de uma encomenda de três aeronaves pelo governo do Paquistão, embora fontes no país asiático acreditem que o pedido possa ser ampliado no futuro, para chegar a 10 unidades.

O Sultão do Mar

Essas aeronaves serão equipadas com armas e sensores de última geração para realizar Operações Aéreas Marítimas, incluindo guerra anti-submarino (ASW). Seu objetivo é substituir a frota de 6 Orions P-3A nos próximos anos.

A primeira etapa do projeto foi a publicação de uma licitação para um avião bimotor a jato com peso máximo de decolagem (MTOW) de 54.500 a 63.500 quilos e autonomia de mais de 4.000 milhas náuticas (6.437 km).

A Marinha do Paquistão também acrescentou que os ‘principais componentes’ da aeronave, como motores, sistema de controle de voo, trem de pouso e outras peças críticas, devem estar livres da cobertura ITAR (Regulamento de Tráfego) de Armas internacionais dos EUA.

Para a segunda etapa, a Marinha modelaria a instrumentação a bordo do novo Sea Sultan conforme a do RAS-72 Sea Eagle. O RAS-72 é uma aeronave de patrulha marítima (MPA) baseada no ATR-72. A Leonardo foi a empresa escolhida para realizar as modificações e, com certeza, para integrar seus próprios equipamentos de sensor, comando e controle e comunicações.

A empresa italiana também oferece uma versão de patrulha marítima derivada do ATR-72-600, o ATR-72MP (da Patrulha Marítima), então parece que a oferta de Leonardo acabou prevalecendo.

Será muito interessante se, desse programa, surgir uma família que possa ser colocada no mercado de aeronaves de missão especial, como um modelo intermediário entre os Boeing P-8 e E-7 e os derivados do ATR-72 e C295 Persuader. A Embraer sairia ganhando nesse negócio.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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