Um dos maiores sindicatos da aviação da Reino Unido alertou sobre sua preocupação com a segurança dos passageiros que dependem das companhias aéreas. O motivo seria a fadiga e exaustão por parte dos colaboradores, após meses sobrecarregados com a falta de pessoal em todo o setor.
Nesta sexta-feira (22), em comunicado, a secretária-geral da Unite, Sharon Graham alertou disse: “O setor de aviação está sendo mantido unido por trabalhadores que realizam horas extras excessivas. Isso não é sustentável. O setor não consegue recrutar os trabalhadores de que precisa, muitos funcionários estão saindo e os que permanecem estão ficando exaustos e doentes devido às longas horas e ao estresse. A atual crise de recrutamento e retenção continuará até que todos os trabalhadores da aviação recebam um salário justo e condições decentes. A Unite sempre protegerá os empregos, salários e condições de seus membros”.
O sindicato descobriu que alguns trabalhadores em funções críticas de segurança estão trabalhando entre 80 e 90 horas por semana para manter o setor aéreo em movimento. Existe um medo profundo de que a dependência de horas extras para cobrir a escassez de pessoal represente um problema de segurança para passageiros e trabalhadores.
O sindicato alega que a tripulação de cabine está sendo ocasionalmente obrigada a trabalhar além das “limitações de tempo de voo”, que devem ser aplicadas para evitar que fique fatigada. Estudos descobriram que a fadiga é uma das maiores causas de acidentes evitáveis na indústria da aviação.
Segundo a Unite, alguns tripulantes de cabine ainda estão sendo obrigados a trabalhar sem descanso suficiente, além dos intervalos que têm direito a receber estarem sendo negados. Na maioria dos casos, os funcionários estão trabalhando cerca de 20 horas extras por semana, com alguns agentes de assistência em escala pagando aos trabalhadores £ 320 por dia para pegar turnos extras.
“Infelizmente, mais interrupções no setor são inevitáveis neste verão”, comentou o diretor nacional da Unite para o setor de aviação, Oliver Richardson. “Muitos trabalhadores foram cortados durante a pandemia e as reduções nos salários e nas condições para os que permaneceram tornaram o setor pouco atraente para iniciantes”.
Apesar das campanhas desesperadas de recrutamento, as companhias aéreas não conseguiram aumentar o nível de pessoal de apoio em terra desde janeiro. Em algumas partes da indústria, a rotatividade de funcionários atingiu 27%, segundo a Unite.
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