Três aéreas iranianas levam sanções da União Europeia por transportarem drones militares à Rússia

A330 da Iran Air decola de Londres

O Conselho da Europa decidiu impor sanções à Iran Air e a outras duas companhias aéreas iranianas após acusá-las de transportar drones militares para a Rússia, utilizados no que é descrito como a “guerra de agressão” do presidente Vladimir Putin contra a Ucrânia.

As sanções, que incluem o congelamento de ativos, foram anunciadas em uma declaração oficial dos legisladores europeus, que também mencionaram o fornecimento recente de mísseis balísticos por parte do Irã à Rússia.

Além da Iran Air, as outras companhias afetadas foram a Mahan Air e a Saha Airlines, junto com duas empresas de aquisição e sete oficiais iranianos, incluindo o vice-ministro da Defesa do Irã, Seyed Hamzeh Ghalandari, e proeminentes membros do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, a Qods Force. As sanções incluem não apenas o congelamento de ativos, mas também uma proibição de viagem em todo o território da União Europeia.

A Iran Air, que é a companhia aérea estatal e bandeira do Irã, atualmente opera voos para seis destinos na Europa, incluindo Paris, Colônia, Hamburgo, Milão, Roma e Viena, além de voar para o Heathrow, em Londres, onde autoridades britânicas também devem considerar a aplicação de sanções similares à companhia.

Enquanto isso, as empresas Mahan Air e Saha Airlines, que não operam voos regulares para a Europa ou Reino Unido, estão cientes de que poderão ser afetadas pelas sanções de congelamento de ativos.

O Conselho da Europa justificou suas ações afirmando que as três companhias aéreas foram “frequentemente utilizadas para transferir veículos aéreos não tripulados (UAVs) fabricados no Irã e tecnologias relacionadas para a Rússia, que têm sido empregadas na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”.

Em julho, a União Europeia promulgou legislação que a permite impor sanções a indivíduos e entidades envolvidos no programa do Irã de fornecimento de UAVs para uso contra a Ucrânia. Apesar das sanções, a UE ressaltou que “não tem a intenção de impedir o tráfego aéreo ou os contatos entre pessoas entre a União e o Irã em geral”.

Como resposta à crescente tensão no Oriente Médio e à ameaça de contrataques iminentes de Israel contra o Irã, a Lufthansa, companhia aérea da Alemanha, suspendeu todos os seus serviços para Teerã, com previsão de retorno apenas após 26 de outubro.

A Iran Air já havia enfrentado proibições de voo para a UE e o Reino Unido. A companhia foi listada no Registro de Segurança Aérea da Europa entre 2010 e 2016, e brevemente em 2020, evidenciando os desafios contínuos enfrentados pela transportadora em um ambiente geopolítico cada vez mais complexo.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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