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Três prioridades para o segmento de serviços em solo na aviação são discutidas em conferência da IATA

Durante a 35ª Conferência de Serviços de Assistência em Solo da IATA (IGHC – IATA Ground Handling Conference), que teve início nesta terça-feira, 16 de maio, em Abu Dhabi, patrocinada pela Etihad Airways, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) destacou três prioridades para permitir que o setor de assistência em solo desenvolva resiliência e garanta a sustentabilidade a longo prazo.

As prioridades, conforme melhor detalhadas mais abaixo nesta publicação, são as seguintes:

1- Recrutamento e retenção eficazes de pessoal;

2- Implementação consistente de padrões globais;

3- Aceleração da digitalização e da automação.

Monika Mejstrikova, diretora de operações em solo da IATA, comentou que esta será uma alta temporada de viagens de verão no Hemisfério Norte para a indústria da aviação, e o setor de assistência em solo precisará estar pronto.

“A curto prazo, devemos agir rapidamente para nos prepararmos para o aumento do tráfego. É fundamental garantir a integração eficiente de novos funcionários e trabalhar com os governos para reduzir os gargalos nas autorizações de segurança. Recrutamento e retenção de pessoal mais eficazes e de longo prazo, implementação de padrões globais e aceleração da digitalização e automação serão essenciais para criar resiliência e garantir a sustentabilidade”, disse a diretora da IATA.

1- Recrutamento e retenção eficazes de pessoal

Uma pesquisa recente da IATA constatou que 37% dos profissionais de serviços de assistência em solo esperam escassez de pessoal até o final de 2023 e também além desse prazo, e 60% sentem que não têm pessoal qualificado suficiente para garantir operações tranquilas.

Além disso, 27% dos entrevistados temem que seus funcionários atuais saiam em breve.

“Criar uma base estável de talentos em solo é essencial. E isso pode ser alcançado tornando o trabalho no pátio mais atraente. Precisamos adotar a automação para aliviar a equipe de tarefas difíceis e perigosas, promover uma cultura de aprendizado contínuo e crescimento profissional e criar um ambiente seguro e inclusivo para as pessoas, onde os talentos são cultivados”, disse Mejstrikova.

A IATA delineou uma série de iniciativas para ajudar a aliviar a escassez de mão de obra:

– Implementação de treinamento baseado em competências, com mais avaliações online para melhorar a velocidade e eficiência;

– Reconhecimento mútuo de treinamento de segurança e histórico de funcionários entre as autoridades, para agilizar o processo de recrutamento e reduzir a redundância;

– Automação de processos para aliviar as pessoas da execução de tarefas fisicamente desafiadoras;

– Promover o desenvolvimento de carreira e recompensar anos de treinamento e habilidades.

A IATA informa que acaba de lançar um Passaporte de Treinamento de Operações em Solo que apoia a retenção de pessoal e o crescimento profissional. Ele reconhece mutuamente as habilidades e o treinamento de agentes de solo, companhias aéreas e aeroportos para promover a utilização cruzada de pessoal qualificado.

“O verdadeiro beneficiário do passaporte de formação é o trabalhador. Eles terão acesso aos seus registros de treinamento, permitindo que usem seus conhecimentos e habilidades para o crescimento profissional contínuo. Uma abordagem em todo o setor para o desenvolvimento de talentos trará grandes benefícios em termos de eficiência para todos os envolvidos. Precisamos capacitar nossos funcionários para o sucesso”, disse Mejstrikova.

2- Padronização Global de Processos

Padrões globais são a base para operações seguras e eficientes. Duas ferramentas importantes para os manipuladores de solo são o Manual de Operações Terrestres da IATA (IGOM) e a Auditoria de Segurança da IATA para Operações de Solo (ISAGO).

IGOM: A IATA pediu que a indústria de assistência em solo acelere a adoção global do IGOM para garantir consistência e segurança operacional em todo o mundo. Para apoiar isso, a IATA lançou o Portal IGOM, uma plataforma on-line de fácil utilização, onde as companhias aéreas e os manipuladores em solo podem compartilhar os resultados de suas análises de lacunas entre os procedimentos da empresa e o IGOM, oferecendo uma referência global para harmonização e eficiência na condução. Mais de 140 companhias aéreas já aderiram aos seus serviços e o Portal está agora aberto a prestadores de serviços de assistência em solo (GHSPs).

ISAGO: Cerca de 40 aeroportos e reguladores globalmente endossaram a ISAGO para complementar seus sistemas de monitoramento/conformidade, desempenho ou licenciamento por meio de acordos de cooperação. A IATA instou mais governos a reconhecer a ISAGO em suas estruturas regulatórias de supervisão para oferecer benefícios significativos, incluindo maior harmonização, implementação do Sistema de Gerenciamento de Segurança (SMS) e redução de auditorias duplicadas.

Outra área em que a IATA pediu maior padronização é a bagagem. A IATA está trabalhando na atualização dos padrões de bagagem para refletir os novos desenvolvimentos em rastreamento em tempo real, etiquetas eletrônicas de bagagem e tecnologia Bluetooth.

“Todos nós conhecemos a frustração de perder bagagem. E o custo para a indústria é impressionante. Em 2019, 25,4 milhões de malas foram perdidas ou atrasadas, resultando em uma fatura de US$ 2,5 bilhões. A IATA está empenhada em melhorar o manuseio de bagagem por meio da colaboração e inovação”, disse Mejstrikova.

3- Digitalização e Automação

A digitalização e a automação são essenciais para melhorar a sustentabilidade e a eficiência e impulsionar melhorias nos processos. A IATA delineou três prioridades:

Digitalização de pátio – O Grupo de Trabalho de Digitalização e Automação de Operações em Solo (GAD) da IATA desenvolveu a mensagem Timestamps Turnaround (XTST) para fornecer comunicação padronizada e monitoramento de rede em tempo real para companhias aéreas. A implementação do padrão XTST pode reduzir os atrasos de manuseio em solo em até 5% globalmente.

Digitalização do controle de carga – A IATA é pioneira na automação do controle de carga, utilizando o novo padrão digital X565 para reduzir a carga de trabalho, custos e erros, permitindo atualizações em tempo real.

Automação GSE – Transição para equipamentos de suporte de solo aprimorados (Enhanced GSE, ou GSE Aprimorado), reduzindo potencialmente os custos de danos em operações de solo em 42% e criando um ambiente mais seguro. Testes de GSEs autônomos já estão em andamento em mais de 15 países. A transição para o Enhanced GSE não apenas melhora a segurança, mas também reduz as emissões de CO2 em 1,8 milhão de toneladas por ano, contribuindo para uma indústria mais sustentável.

“As operações em solo são complexas e os atrasos são a ruína da existência de todos os coordenadores de parada. Mas com os avanços tecnológicos e de comunicação, podemos evitar atrasos, tornar as operações mais seguras, eficientes e ambientalmente sustentáveis, ao mesmo tempo em que proporcionamos uma melhor experiência de trabalho para a equipe no pátio”, finalizou a diretora da IATA.

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