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Tripulantes da LATAM fazem protesto após anúncio de demissão em massa

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ERRATA: Colocamos o ato de hoje como greve, mas na verdade se tratava apenas do protesto. Apenas alguns tripulantes teriam recusado a escala, o que seria mais um protesto e não uma greve.

Tripulantes da LATAM fizeram um protesto hoje no Aeroporto Internacional de Guarulhos, após um anúncio de demissão em massa feito pela companhia. Como adiantamos na semana passada, a LATAM Brasil informou que irá desligar funcionários de voo após não fechar um acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que estima as demissões em 2.700 pessoas.

A categoria não aceitou o acordo proposto pela companhia com praticamente unanimidade: a média de votos “não” foi de 90% entre pilotos e comissários.

O principal ponto de inflexão do acordo foi o corte das diárias, que reduziria a remuneração em até 60% do valor ganho antes da pandemia. Esta exclusão do pagamento da diária estava prevista numa primeira proposta, que não chegou a ser votada.

Na votação da proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) realizada nos últimos dias de julho, previa-se que a exclusão do pagamento iria durar toda a pandemia, mas que a decisão definitiva do fim das diárias seria feita em votação separada e ad posteriori.

Isso irritou a maioria dos tripulantes, que votaram não, já que as concorrentes Azul, Gol e Voepass não propuseram reduções permanentes (somente até a crise gerada pela Pandemia do Coronavírus ter passado).

Tripulantes reclamam de indecisão

Conversamos com um tripulante da empresa, que nos falou, em condição de anonimato, das incertezas acerca dos postos de trabalho.

A informação preliminar (que também recebemos) é que as demissões iriam se iniciar na segunda-feira (03), mas isto não ocorreu. Segundo este tripulante, no último final de semana, a escala de maioria dos tripulantes foi zerada, sem nenhuma programação de voo.

Porém, nos últimos dias o setor de escala tem ligado, acionando os tripulantes para fazerem os voos, mesmo durante suas folgas. Muitos deles, em protesto, estão recusando os voos, o que causou a sobrecarga de outros funcionários.

Outro ponto levantado pelos tripulantes é que a LATAM já suspendeu o benefício do Passe Livre para os possíveis demitidos. Este benefício permite que os tripulantes embarquem uniformizados em voos da própria LATAM e outras empresas, sem custo algum.

A prática é antiga e foi regularizada há alguns anos, e permite que os funcionários regressem às suas casas após o fim da jornada, já que a maioria das empresas só tem base de tripulantes em grandes aeroportos de grandes cidades. No entanto, segundo o SNA, a Azul e a GOL mantiveram o benefício para os tripulantes da LATAM, de maneira solidária, até o final do mês, para permitir o regresso para casa dos que forem desligados.

Este tripulante também nos informou que a não programação na escala seria uma forma da empresa pressionar para que os funcionários pedissem demissão voluntária.

A LATAM se posicionou sobre o assunto após o nosso contato, veja abaixo a nota da companhia aérea na íntegra:

A LATAM informa que, após a confirmação do resultado da assembleia conduzida pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) na última sexta-feira (31/7), teve a proposta de futura alteração do modelo de remuneração rejeitada e iniciou o processo de redução do quadro de tripulantes. Desde 31/7 até o dia 4 de agosto a empresa abre processo de pedido de demissão voluntária (PDV) e, após essa data, serão iniciados os desligamentos de no mínimo dois mil e setecentos tripulantes. A pandemia do COVID-19 representa a maior crise de saúde pública da história e está afetando drasticamente toda a indústria mundial da aviação. A LATAM é a maior e mais antiga das três empresas que atuam no Brasil e remunera mais os tripulantes tanto em voos domésticos quanto em internacionais, por isso, a empresa tem a necessidade de equiparar-se às práticas do setor. Diversas vezes essa pauta foi objeto de negociação com o sindicato, contudo a atual crise torna essa medida ainda mais imprescindível para a LATAM. A empresa sempre esteve aberta ao diálogo com o objetivo de preservar o máximo de empregos possíveis e manter a sua sustentabilidade no longo prazo.

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