Turkish Airlines herda a produção de seis Airbus A350-900 que iriam para a Rússia

A Turkish Airlines incorporará seis Airbus A350-900, com entrega entre 2022 e 2023, que seriam destinados à Aeroflot. A empresa russa não poderá recebê-los devido a sanções ocidentais resultantes da guerra na Ucrânia, reporta o site parceiro Aviacionline.

A empresa turca encomendou 25 Airbus A350 em 2018 por meio de um Memorando de Entendimento (MoU), dos quais já recebeu seis. No início de 2022, a Turkish reduziu esse pedido para 19 aeronaves, devido à lenta recuperação do mercado internacional e aos fracos resultados financeiros. Com a recuperação pós-pandemia à porta, a empresa anunciou que está repondo esse pedido ao seu tamanho original e que está mantendo os prazos de entrega acordados inicialmente.

O continente americano é uma das regiões em que essa recuperação é percebida com mais força, já que a empresa hoje conecta a Turquia com Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Cuba, Estados Unidos, México, Panamá e Venezuela.

Os Airbus A350 eram da Aeroflot?

Após a invasão russa da Ucrânia, o mercado de aviação comercial foi abalado em todos os setores, desde a cadeia produtiva de aeronaves até a elevação dos preços dos combustíveis a níveis imprevistos. Outra consequência das sanções da União Europeia à Rússia é a “nacionalização” forçada de aeronaves de propriedade estrangeira nas mãos de operadores russos e o cancelamento de pedidos pendentes de fabricantes ocidentais.

As companhias aéreas russas tinham mais de 100 aeronaves encomendadas, incluindo Boeing 737 MAX, 787, 777F, Airbus A320neo, A321neo, A220-300 e A350-900. Dado o contexto, é improvável que algumas dessas aeronaves acabem com uma empresa sediada na Rússia.

A Aeroflot tinha seis Airbus A350-900 pendentes, dos quais 2 estavam prontos para entrega. Ambas as aeronaves estão armazenadas em Toulouse, mas com destino incerto.

Nem a Turkish Airlines nem a Airbus indicaram a origem do Airbus A350 que a empresa turca irá receber, mas tendo em conta a carteira de encomendas do 350 e os prazos de entrega destas seis aeronaves, a possibilidade de qualquer um destes equipamentos ou os slots na linha de produção pertençam à encomenda russa que não vai se materializar é bastante alto.

Atualmente, a empresa turca está usando o A350 em São Paulo (Brasil), Manila (Filipinas), Dubai (Emirados Árabes Unidos), Paris (França), Tel Aviv (Israel), Buenos Aires (Argentina), Londres (Reino Unido) , Amsterdã (Holanda), Vancouver e Montreal (Canadá). Nos próximos meses serão adicionados Almaty (Cazaquistão), Hamburgo (Alemanha), Casablanca (Marrocos), Baku (Azerbaijão) e Viena (Áustria).

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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