Último voo da NASA na América do Sul teve passageiros especiais, e hoje o B747 partiu

Imagem: Embaixada da Alemanha no Chile

Nas últimas três semanas, o AEROIN acompanhou as notícias da vinda à América do Sul, e depois também a efetiva vinda, do Observatório Estratosférico para Astronomia Infravermelha da NASA, ou SOFIA (Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy), que pousou no Aeroporto Internacional de Santiago, no Chile, no dia 18 de março de 2022, marcando a primeira vez na história em que o Boeing 747 especial veio à América do Sul.

Como outras implantações passadas no Hemisfério Sul (já esteve, por exemplo, na Polínesia Francesa), o SOFIA mudou temporariamente sua base de operações de Palmdale, Califórnia, para Santiago para observar objetos celestes que só podem ser vistos das latitudes do Hemisfério Sul.

A NASA e seu parceiro da missão SOFIA, a Agência Espacial Alemã no Centro Aeroespacial Alemão (DLR), estavam entusiasmados em utilizar sua plataforma aérea de pesquisa do universo no Chile pela primeira vez, e até publicaram um vídeo que mostrava o momento da chegada do Jumbo a Santiago.

A partir do Aeroporto Internacional de Santiago, foi possível realizar sete dos oito voos científicos que estavam programados, nos quais o SOFIA observou principalmente as Grandes e Pequenas Nuvens de Magalhães, que são as duas galáxias vizinhas mais próximas da nossa Via Láctea.

Ambas estão gravitacionalmente ligadas à Via Láctea e eventualmente se fundirão com nossa galáxia em vários bilhões de anos. Voando acima da parte mais densa e poluída da atmosfera, o avião Boeing 747SP adaptado permite que o laboratório e telescópio instalados em seu interior captem sinais infravermelhos vindos de longínquas regiões do universo, que não são possíveis de se obter a partir do solo.

Na imagem a seguir, por exemplo, o perfil do SOFIA comenta “Olhe atentamente para esta vista da janela do passageiro do SOFIA e você verá duas manchas cinzentas fracas no céu acima da asa do SOFIA. Estas são as Grandes e Pequenas Nuvens de Magalhães!”

O sétimo e último voo foi realizado na noite de terça para quarta-feira, dias 29 e 30 de março. O Jumbo ficou cerca de 9 horas e meia em voo sobre o Oceano Pacífico e, segundo informou o Instituto Alemão SOFIA (DSI), nesta última missão estiveram a bordo passageiros especiais: três representantes de cada uma das embaixadas da Alemanha e dos Estados Unidos no Chile, para que “eles tivessem uma impressão pessoal dessa cooperação Alemã-Americana única”.

Imagem: Embaixada da Alemanha no Chile
Imagem: Embaixada da Alemanha no Chile
Imagem: Embaixada da Alemanha no Chile

Por fim, encerrada a curta implantação de 7 voos de pesquisa no Chile (geralmente são até 25 voos por implantação), a aeronave de matrícula N747NA decolou na manhã desta sexta-feira, 1º de abril, para ir embora de volta para sua base nos Estados Unidos.

A imagem a seguir mostra o Jumbo logo depois de partir de Santiago por volta das 09h00 da manhã (horário de Brasília). Para acompanhá-lo em tempo real no RadarBox, clique aqui (ele pode não aparecer durante parte do voo, por estar sobre o Oceano, sem alcance das plataformas de captação do sinal).

Imagem: RadarBox

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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