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Um ano após fim das restrições, Pampulha não tem perspectiva de voos comerciais

O Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, passa por uma nova fase de privatização, mas sem perspectivas de voo comerciais.

Crédito: Carlos Alberto/Imprensa MG

Desde 2005, os voos comerciais não acontecem mais na Pampulha devido à transferência das operações para o Aeroporto Internacional de Confins, mais distante do centro da cidade, mas com espaço maior e infraestrutura mais moderna.

A restrição inicial se dava para voos de aeronaves de até 70 passageiros, deixando o aeroporto focado nos voos regionais com equipamentos menores que o turboélice ATR. A Azul manteve as operações na Pampulha por um tempo, até que em 2015 decidiu por conta própria transferir os voos que saem do interior para o Aeroporto de Confins, onde criou seu segundo maior centro de voos no país (hub).

Queda da regra

Um ano depois, a regra dos voos foi substituída por outra que não limita a capacidade das aeronaves e sim o destino, que deveria ser obrigatoriamente um aeroporto regional. Com isso, a GOL chegou a voar na rota Pampulha – Zona da Mata (Juiz de Fora) – São Paulo, que durou apenas alguns meses devido à baixa ocupação causada pelo tempo a mais na escala e pouca oferta de horários.

No entanto, esta última regra caiu em dezembro de 2021 na portaria Resolução n. 2051, que, segundo o Movimento Pampulha Já, começou a ter efeitos em maio de 2022. A mudança da regra ocorreu meses após a CCR, que detém 50% da parte privada do Aeroporto de Confins, ganhar o leilão para administrar também o aeroporto central da capital mineira.

Neste ínterim, também surgiu o projeto VoeMinas, do governo estadual, com voos regionais com aeronaves Cessna Caravan que levam até 9 passageiros. Porém, por falta de conexões, o projeto foi um fiasco e a operadora, a TwoFlex, acabou sendo comprada pela própria Azul, onde se tornou a Azul Conecta, retornando meses atrás o mesmo projeto de voos regionais, mas saindo de Confins.

Deficiências

Mesmo sem restrição legal e com um ente privado administrando o aeroporto, ele não recebeu pedidos de voos comerciais. Em parte, isso se dá pelas condições atuais do aeroporto: não conta com sistema de aproximação ILS, tem um pátio e terminal bastante limitados para operações de aeronaves grandes e a meteorologia em Belo Horizonte é mais desfavorável que a de Confins, que tem tempo mais seco. Além disso, as ocorrências de alagamento continuaram a ocorrer em tempos recentes.

Outro ponto é que Confins tem um tráfego até três vezes maior do que a Pampulha já teve no passado pelo fato de ser um ponto de conexões, sendo mais atrativo para as empresas operarem, podendo conectar passageiros de vários locais do Brasil e até do exterior.

Por ser uma cidade menor que São Paulo e Rio de Janeiro, Belo Horizonte não teria atualmente uma demanda para suportar dois aeroportos com voos comerciais.

Pessoas próximas da operação da Pampulha informaram ao AEROIN que o aeroporto deve focar na aviação executiva, com especialização e ampliação no atendimento de grandes jatos executivos, que têm estado em alta após a pandemia. Parte disso é o projeto de um Terminal VIP que deverá sair em breve.

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