
Em 1971, a Dassault, fabricante francesa de aeronaves, lançou seu primeiro avião comercial, nomeado em homenagem ao deus romano Mercúrio. O motivo para o desenvolvimento do Mercure 100 foi a determinação de Marcel Dassault e da autoridade da aviação civil francesa de criar uma aeronave própria.
O projeto pretendia superar o então Boeing 737, com 150 assentos, ter autonomia de 1.000 quilômetros, 35 metros de comprimento e 31 metros de envergadura. Ele era movido por dois motores de fluxo duplo Pratt & Whitney JT 8 D 15 montados nas asas.
Uma série de fabricantes europeus, como Fiat (Itália), CASA (Espanha), ADAP (Bélgica), FW em Emmen (Suíça), estavam envolvidos na produção do avião. No entanto, as vendas não foram bem-sucedidas.
Em 30 de janeiro de 1972, a Air Inter encomendou dez Mercure, entregues entre outubro de 1973 e dezembro de 1975. O primeiro voo comercial entre Orly e Lyon ocorreu em 4 de junho de 1974, mas depois disso não houve mais encomendas.
A produção cessou em dezembro de 1975 no prejuízo, já que a previsão de recuperação das despesas previa uma venda de 125 e 150 aeronaves. A razão para o fracasso comercial foi o alcance limitado do Mercure 100. O custo elevado, a crise do petróleo, a desvalorização do dólar e a inflação também contribuíram para o fracasso. Além disso, os motores não eram mais de última geração.
Os Mercure da Air Inter ficaram em serviço até 29 de abril de 1995. Apesar de ter sido uma tentativa bem sucedida em cooperação europeia na aviação civil, o Mercure 100 foi apenas um “sonho” de um pioneiro. Hoje, a Dassault é uma das líderes globais na fabricação de jatos executivos e equipamentos militares.