Um grande avião Airbus A340 aterrissa na pista de gelo azul da Antártida novamente

Pelo segundo ano consecutivo, a aérea portuguesa Hi Fly voltou a usar um de seus Airbus A340 para operar voos para a Antártida. O avião Airbus A340-300, de registro 9H-TQZ, decolou da Cidade do Cabo (África do Sul) às 08h13 locais da terça-feira, 2 de novembro, para pousar cinco horas depois no aeródromo Wolf’s Fang, depois de viajar 2.500 milhas náuticas (cerca de 4.300 quilômetros) .

Este aeródromo é o primeiro totalmente privado na Antártida. Tem uma pista de gelo de 2.500 metros de comprimento e 60 metros de largura. Ele serve como a porta de entrada para o Whichaway Camp, propriedade da White Desert Limited, uma empresa de turismo de luxo. Um pequeno número de turistas desembarcou, junto com cientistas e cargas essenciais. 

As operações na Wolf’s Fang apresentam muitos desafios. “A pista de gelo azul glacial é difícil. Ela pode suportar uma aeronave pesada. Sua profundidade é de 1,4 km de gelo duro sem ar. O mais importante é que quanto mais frio, melhor. As ranhuras são esculpidas ao longo da pista com equipamentos especiais e, após a limpeza e escultura, é obtido um coeficiente de frenagem adequado; como a pista tem 3.000 metros de comprimento, pousar e parar um A340 tão pesado naquele aeródromo não seria um problema”, narrou o comandante Carlos Mirpuri, responsável pelo primeiro voo, no ano passado.

“O reflexo é tremendo, e os óculos certos ajudam você a ajustar seus olhos entre a visão externa e a instrumentação. Um dos pilotos tem papel importante na realização das chamadas usuais, bem como adicionais, principalmente nas fases da aproximação. Não é fácil ver a pista, mas em um determinado momento temos que vê-la, pois ali não há absolutamente nenhum auxílio à navegação e a partir de cerca de 20 milhas devemos estar em contato visual”, comentou Mirpuri.

Em novembro de 2021, o Airbus A340-300 da Hi Fly, registro 9H-SOL, havia se tornado a primeira aeronave dessa família a operar na Antártida.