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Um terço dos jatos equipados com motores PW1000G está fora de operações no mundo todo

Motor PW P&W GTF PW1100G

Aproximadamente um terço dos jatos equipados com turbofans da família PW1000G da Pratt & Whitney está agora fora das operações no mundo todo. Esses dados vêm de uma análise da Cirium e refletem o impacto que a convocação para reparos dos motores turbofan (GTF) da P&W está causando nas operações aéreas em todo o mundo, informou o FlightGlobal.

A P&W afirmou que a quantidade de jatos em solo devido à necessidade de inspeções e substituição de peças de motores atingirá seu ponto máximo na primeira metade de 2024. O problema teve origem nas falhas detectadas em componentes metálicos, introduzidos no processo de fabricação a partir do uso de metal em pó contaminado.

Dados coletados pela Cirium mostram que 637 jatos com motores GTF estavam em armazenamento no primeiro dia de abril – 32% do total da frota. O restante, 1.334 aeronaves equipadas com motores PW1000G, continuam em serviço ativo.

A maioria considerável dos jatos armazenados são os A320neos e A321neos alimentados pelo PW1100G – 542 deles estão parados, ou 36% desta frota. Outros 78 são do modelo A220 alimentado pelo PW1500G – 23% desta frota – e 17 são os Embraer 190-E2 e E195-E2, movidos pelo PW1900G, totalizando 14% da frota total.

Embora os dados da Cirium não especifiquem se os jatos estão parados devido ao problema de fabricação do metal em pó, muitos dos jatos armazenados apresentam a etiqueta “Estacionado – problema técnico”, mas sem fornecer mais detalhes. Isso significa que alguns podem ser paralisados por outros motivos.

A P&W se recusou a comentar ou dizer quantas aeronaves estão atualmente fora de serviço devido ao problema com o GTF. Segundo a empresa, entre 2024 e 2026, a falha deixará uma média de 350 jatos da família A320neo fora de serviço.

Os dados da Cirium servem de referencial para comparação com outras frotas alimentadas por diferentes tipos de motores. Mostram que apenas 53 aeronaves da família A320neo que usam o turbofan Leap-1A, concorrente da CFM International, estão atualmente paradas – apenas 3% dessa frota. Uma taxa semelhante – 2% ou 34 aeronaves – vem sendo observado com o 737 Max movido pelo Leap-1B.

As companhias aéreas afetadas pelo problema têm declarado abertamente a escala do problema, com várias delas informando que um quarto ou mais de suas aeronaves movidas a GTF estão paradas, o que está trazendo dificuldades financeiras e as levando a rever planos de expansão, reformular operações e contratar jatos substitutos em um mercado extremamente apertado. Além disso, as companhias aéreas estão negociando pacotes de compensação de vários milhões de dólares com a P&W.

Ainda assim, existem pontos positivos. O número de jatos GTF parados diminuiu ligeiramente no último mês, de 641 em 1º de março para 637 em 1º de abril, talvez sinalizando um ponto de estabilização. Anteriormente, os dados mostravam um aumento constante no número de aeronaves paradas desde que a P&W divulgou as implicações mais amplas do problema, em julho do ano passado.

No entanto, é importante ressaltar que o problema do GTF não é o único fator expressivo que retém as companhias aéreas. A Boeing e, em menor grau, a Airbus têm atrasado a entrega de novos jatos, deixando as companhias aéreas com menos aeronaves do que planejado.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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