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Único Boeing 787 da Latam com marcas brasileiras terá que passar algumas semanas no Chile

Dentro de alguns dias, a aeronave Boeing 787-9 de registro PS-LAA (msn 38483), a única do modelo na frota da Latam Brasil que tem matrícula brasileira, voará rumo ao Chile, onde deve ficar por algumas semanas passando por manutenção pesada, do tipo Check 1C, nas instalações da matriz do grupo no aeroporto de Santiago.

A aeronave ainda está operando na malha aérea da empresa partindo do Brasil, mas deve ser retirada nos próximos dias para que siga rumo aos trabalhos de manutenção indicados acima.

Apenas um com matrícula brasileira

A primeira aeronave Boeing 787 da Latam chegou ao país no dia 24 de agosto de 2021 e foi registrada como PS-LAA, em atendimento à necessidade da Lei de ter um avião registrado no país para permitir a homologação.

Com a certificação avançando, a empresa aérea não precisaria de outras aeronaves registradas no Brasil, se beneficiando de um acordo firmado entre a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a Direção Geral de Aeronáutica Civil do Chile (DGAC-Chile) em outubro de 2020, que permitiu um intercâmbio mais amplo das aeronaves registradas nos dois países.

O intercâmbio de aeronaves em questão visa permitir um uso mais eficiente da frota, possibilitando a operação de aeronaves possivelmente ociosas em picos de demandas sazonais em cada país ou o contorno de contingências operacionais sem a necessidade de o operador incorrer em todos os custos e trâmites relativos ao processo de nacionalização e registro da aeronave.

O novo acordo também revisou o convênio anterior, que datava de 2010, incluindo cláusulas mais claras e detalhadas, conferindo flexibilidade e permitindo até o uso das aeronaves de matrícula chilena em rotas domésticas no Brasil e vice-versa, o que não era abordado pelo documento de uma década atrás.

Com isso, tudo o que a Latam precisou fazer foi incluir aeronaves chilenas no acordo de intercâmbio, viabilizando sua operação em rotas internacionais partindo do Brasil. Atualmente, há mais de dez Boeings 787 da matriz chilena incluídos no acordo, incluindo, mas não se limitando, aos de matrículas: CC-BGA, BGC, BGE, BGF, BGG, BGH, BGI, BGJ, BGK e BGM.

Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.