Depois de apenas dois anos, a United Airlines abandonou uma política que incentivava os passageiros a levantar as persianas das janelas para decolagem e pouso como uma precaução de segurança adicional, mas não exigida pelo governo federal.
Em um memorando para comissários de bordo e pilotos, a companhia aérea citou o fato de ser a única grande transportadora dos EUA a solicitar aos passageiros tal tipo de precaução e que isso seria uma das principais razões para abandonar a política.
Os Estados Unidos são um caso incomum, pois seu regulador de aviação não exige que as persianas das janelas estejam abertas para táxi, decolagem e pouso. A precaução é obrigatória em quase todas as outras jurisdições ao redor do mundo, enquanto nos EUA algumas companhias aéreas incentivam os passageiros a manter as persianas abaixadas desde o momento em que entram a bordo até o desembarque em seu destino.
A razão pela qual os reguladores de segurança em outros países exigem que as persianas sejam abertas durante as chamadas ‘fases críticas’ do voo é que nesses momentos é mais provável que ocorra um incidente de emergência.
Quando as persianas das janelas estão abertas, os passageiros podem agir como os olhos da tripulação de voo e relatar imediatamente qualquer coisa errada que os comissários e pilotos não possam ver.
Existem inúmeros exemplos nos últimos anos de passageiros relatando problemas sérios, como acúmulo de gelo nas asas ou até mesmo incêndios no motor, que ninguém saberia ou os pilotos demorariam a saber se todas as persianas das janelas estivessem abaixadas.
Em março de 2020, a United Airlines decidiu solicitar proativamente que os passageiros levantassem suas persianas para as fases críticas do voo, com uma série de anúncios antes da decolagem e pouso. Ao contrário das companhias aéreas estrangeiras, no entanto, o pedido era apenas esse, e não havia exigência de comissários de bordo para fazer cumprir a política.
“Quando cada segundo conta, as persianas abertas permitem que os comissários de bordo e passageiros vejam imediatamente o lado de fora, avaliem as condições e identifiquem perigos”, observa a Associação de Comissários de Bordo (AFA-CWA), que representa os membros da tripulação da United.
O sindicato vem defendendo uma mudança nas regras da FAA há anos e havia comemorado o movimento voluntário do United sobre o assunto em 2020.
“O momento em que uma evacuação é necessária não é hora de perder segundos preciosos abrindo persianas”, observou o sindicato, que não está feliz com a decisão da United de alterar novamente sua política de persianas.
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