
Embora a maior parte das queixas tenham partido dos operadores de comércio exterior, o problema do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP), para lidar com a carga aérea que chega nos voos também afeta as empresas responsáveis pelos serviços auxiliares de apoio em solo (ESATAS) no aeroporto mais movimentado do Brasil.
Diante disso, a Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo (ABESATA) emitiu uma nota em que aborda a assunto, afirmando que se solidariza com os envolvidos e destacando os impactos que enfrentam as ESATAS.
Veja a seguir a reprodução integral do conteúdo publicado pela Associação.
“A Abesata gostaria de manifestar solidariedade com a situação deficitária que comumente vem ocorrendo no processamento de cargas no Aeroporto Internacional de São Paulo (GRU). E, também, colocar-se à disposição para colaborar com a solução do problema, que é cíclico.
O crescimento da demanda de carga aérea, que apesar de ser boa notícia, acabou por evidenciar a deficiência em infraestrutura e pessoal para o processamento da carga no maior aeroporto do país.
Os paletes e contêineres de carga que chegam em voos, após desembarcados das aeronaves, são colocados sobre os dollies, que são equipamentos exclusivos para o transporte de carga ou bagagem nos pátios dos aeroportos e pertencem às empresas de apoio em solo, para que possam ser transportados até o terminal de cargas do aeroporto, onde são processados pelo aeroporto e pelas autoridades aduaneiras e liberados para seguir caminho até seus destinatários.
Porém, em razão das dificuldades do terminal de cargas em processar a carga que chega em voos, os paletes e contêineres acabam ficando armazenados por dias sobre os equipamentos das empresas de apoio em solo, o que provoca, também, a ineficiência no atendimento de outras demandas, resultando em perdas para as empresas de serviços em solo. Apenas como exemplo, constatou-se que os custos com manutenção de dollies e mão de obra aumentou em quatro vezes.
O problema com a carga de importação tem causado a retenção de pessoal e equipamentos das empresas de apoio em solo e, consequentemente, prejudicado a rotina no manuseio da carga de exportação e da restituição da bagagem do passageiro, queixoso da demora, conforme amplamente retratado pela imprensa.
Estudar alternativas logísticas perenes para facilitar e acelerar o embarque e desembarque de cargas é urgente, assim como criar métodos para antever o aumento de carga aérea e preparar a estrutura de todos os elos do sistema de aviação civil envolvidos com Guarulhos para estes picos que já acontecem pela terceira vez em um ano.”