Veja os temas do último dia da principal conferência de aeroportos da América Latina e Caribe

Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Inframerica

A Assembleia e Conferência do Conselho Internacional de Aeroportos da América Latina e Caribe 2022 (ACI-LAC Annual Assembly Conference & Exhibition 2022) terminou nesta terça-feira, 4 de outubro, com debates sobre o papel do turismo na recuperação da indústria aérea na região e a força das redes sociais para impulsionar as viagens, bem como sobre as soluções de tecnologia para melhorar a experiência do passageiro, as inovações para ampliar a acessibilidade nos aeroportos e o futuro do trabalho na aviação,  entre outros temas.

No painel “A recuperação do setor aéreo na América Latina e Caribe”, os participantes abordaram os desafios relacionados ao aprimoramento da infraestrutura aeroportuária, a alta do petróleo, o valor das passagens aéreas, assim como citaram a força do turismo e a necessidade de investimento nos combustíveis sustentáveis (SAF) como fatores que podem impulsionar o desenvolvimento do setor nos próximos anos.

“O Brasil tem infinitas fontes para a produção de SAF e estamos trabalhando para torná-la realidade. Temos tecnologia para isso, mas atualmente ainda não há como ter SAF a preços comerciais”, reconheceu Ronei Glanzmann, Secretário Nacional de Aviação Civil do Brasil.

“Como setor, precisamos agir juntos para sermos mais competitivos. Na Europa, as pessoas fazem de 4 a 5 viagens, em média, por ano. Na América Latina e Caribe, este índice é de 0,62 por pessoa. A mensagem dos governos é que aqui a recuperação vem do turismo, mas é preciso rever os impostos. Quando negociarmos junto como indústria com os governos poderemos ajudar a incrementar o turismo”, disse Peter Cerda, vice-presidente regional da IATA para as Américas.

Andrew O´Brien, presidente e CEO de Centerline Airport Partners e ex-presidente do ACI-LAC, destacou o papel do Conselho Internacional de Aeroportos para América Latina e Caribe com seus diversos programas que apoiam os aeroportos da região, sobretudo aqueles com menos recursos, com informação e consultoria, e estabelecendo pontes entre aeroportos e outras empresas da indústria.

“No caso dos eVTOLs, há muitos investimentos neste segmento atualmente e os reguladores começam a certificá-los. Esse é o futuro. Temos que saber como preparar a infraestrutura (aeroportuária) e o ACI-LAC está fazendo um excelente trabalho sob a liderança de Rafael Echevarne”, disse ele, citando o diretor-geral do ACI-LAC.

Influenciadores digitais

O painel “O Impacto das redes sociais no mercado de viagens e turismo” debateu como tem sido o trabalho conjunto dos produtores de conteúdo e agências de viagens, companhias aéreas e aeroportos.

Jorge Rosales, de Aeroportos Argentina 2000, ressaltou que os influenciadores digitais hoje são aliados estratégicos da indústria. “Na pandemia, os influencers foram fundamentais para levar informação para o público sobre vacinas, restrições sanitárias, de entrada nos países. Além disso, o trabalho deles é perceber o que as pessoas estão buscando. São eles que captam o sentimento sobre gastronomia, passeios, hospedagem, o que é fundamental para o setor de viagens e turismo”.

Acessibilidade

Como formar a comunidade aeroportuária para reconhecer as diferentes demandas dos passageiros com necessidades especiais, atendê-las e estabelecer uma relação mais próxima a eles?  Este foi um dos pontos discutidos durante o painel “Soluções Inovadoras para facilitar a acessibilidade”.

Alejandro Restrepo, da IATA, destacou que é preciso eliminar as barreiras que fazem as pessoas não terem acesso ao sistema de viagens. “O compromisso é materializar esta ideia em ações concretas e para isso trabalhamos com a OACI para que haja políticas e serem seguidas por reguladores, companhias aéreas e aeroportos”.

Segundo Raul Revuelta, CEO del Grupo Aeroportuario del Pacífico (GAP), a acessibilidade nos aeroportos precisa funcionar como todos os outros aspectos do programa de experiência do passageiro e o que é preciso buscar é um tratamento igualitário a todos. “É importante trabalhar com ONGs e fundações que nos tragam informações concretas da realidade para que possamos construir programas de inclusão nos aeroportos, isto é, como preparar materiais, como comunicar, como envolver a comunidade aeroportuária”

Trabalho

O universo do trabalho também esteve em discussão no painel “O futuro do trabalho nos aeroportos”, que destacou, entre outros pontos, os esforços para manter a mão de obra na aviação durante a pandemia da Covid-19.

“Trabalhamos com os sindicatos para manter compromissos que permitissem resguardar os empregos. O novo contexto nos fizeram experimentar outras formas de trabalhar e desenhamos um novo modelo organizacional que permaneceu sendo efetivo para as entregas depois da pandemia”, afirmou Verônica Bargiela, diretora de RH de Aeroportos Argentina 2000.

Outro ponto discutido foi como superar o desafio de atrair novos profissionais a um mercado que tem passado por transformações rápidas e profundas nos últimos 3 anos.

“Como manter o interesse dos jovens da geração y e z, que serão a maior parte da força de trabalho nos próximos anos? É uma pergunta que nos fazemos todos os dias. As pessoas querem trabalhar em empresas onde se sintam bem, respeitadas e desafiadas. Devemos repensar como podemos gerar contextos de trabalho para que as pessoas possam aproveitar o trabalho”, disse Isabela Dantas, diretora de RH da Vinci Airports Brasil.

Realizado pelo ACI-LAC, a Assembleia e Conferência Anual do Conselho Internacional de Aeroportos da América Latina e Caribe, principal evento para o mercado aeroportuário da região, reuniu este ano, nos dias 3 e 4 de outubro em Buenos Aires, autoridades e mais de 300 executivos latino-americanos e especialistas em aviação para debater soluções para os principais desafios ambientais, sociais e de governança que se apresentam para o setor.

Informações do ACI-LAC

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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