Venda de “voos fantasmas” por parte das companhias aéreas será investigada nos EUA

O Departamento de Transporte dos EUA (DOT) abriu uma investigação sobre a possível venda de “voos fantasmas” por companhia aéreas, num processo que pode revelar uma fraude.

O termo “voo fantasma” se refere aos voos que as companhias aéreas oferecem e vendem, mesmo sabendo que não tem capacidade ou meios para operá-los, cancelando-os próximo da data de decolagem ou até no mesmo dia. O objetivo disso é financiar o fluxo de caixa com essa receita “ilegítima”.

A prática teria sido exposta após o caos enfrentado pela Southwest Airlines durante uma nevasca recente, que levou ao cancelamento de mais de 70% dos seus voos. Uma investigação, porém, só foi aberta após o CEO da United Airlines, Scott Kirby, verbalizar o assunto durante uma apresentação de resultados financeiros para investidores.

Em sua fala, o executivo disse que mais problemas operacionais devem vir em 2023, “alfinetando” as concorrentes, principalmente a Southwest: “O sistema simplesmente não consegue absorver o volume hoje, muito menos o crescimento que é esperado. Existe um número de companhias aéreas que não consegue fazer seus voos programados, e os consumidores estão pagando o preço”, afirmou Kirby.

Uma insinuação contra o Secretário de Transportes, Pete Buttigieg, que tem sido criticado desde o início do seu mandato, também foi feita, dando a entender que o governo tem deixado as companhias fazerem os chamados voos fantasmas.

“O que aconteceu no final de ano não é algo isolado causado pela meteorologia, e não foi apenas em uma companhia aérea”, disse o CEO, insinuando sobre a Alaska, Frontier e Spirit Airlines, que não tiveram o mesmo volume de cancelamentos da Southwest, mas estavam com um número bem maior que a United, American e Delta.

Para evitar isso na própria empresa, Kirby afirmou que está investindo pesado em tecnologia e que já conta com um número maior de funcionários por voo que antes da pandemia, além de contar com uma frota maior.

O DOT afirmou ao The New York Times que está investigando três companhias aéreas (sem falar nomes) sobre a possível prática de “voos fantasmas”. Grupos de direitos do consumidor também tem cobrado Pete Buttigieg para que alguma ação seja tomada neste sentido, coibindo os possíveis voos que só serviriam para obter dinheiro dos clientes e reter o montante.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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