Um vídeo impressionante tem circulado nas redes sociais desde a manhã desta terça-feira, 3 de dezembro. Nele, um clássico avião modelo Boeing 727-200 com mais de 43 anos de idade faz uma passagem a não mais do que 100 pés (~30 metros do solo) em uma manobra de 360 graus. Tudo isso para evitar conflito com outra aeronave que estava em aproximação.
Embora as informações sejam poucas até o momento, sabe-se que o Boeing 727 é o único avião do modelo voando pela empresa queniana Astral Aviation, e tem matrícula 5Y-MWM. As imagens teriam sido capturadas no momento em que a aeronave se preparava para aterrissar no aeroporto de Mogadishu, capital da Somália.
No vídeo feito do cockpit (acima, espere até carregar), é possível sentir o vigor de uma tripulação experiente que, inclusive, se diverte com a manobra, embora ela seja proibida em muitos países pelo alto grau de perigo envolvido. Normalmente, o procedimento nesse caso envolveria uma arremetida, seguida de uma nova tentativa de aproximação completa para pouso.
Noutro vídeo, dessa vez feito de fora, é possível ver a incrível e perigosa manobra do Boeing, que não deixa de ser extasiante para quem gosta de aviação.
B727 doing a 360 at 100′ pic.twitter.com/v6wOW0cc7h
— A Pilot’s View (@apilotsview) 3 de dezembro de 2019
Voos da Somália para o Quênia precisam fazer uma escala de segurança
Não é sempre que falamos desses países, então vale ressaltar um fato interessante, aproveitando o espaço dessa matéria.
No meio desse ano, o Ministério de Transportes e Aviação Civil da Somália (SOMOTCA) condenou a decisão do governo queniano de forçar mais uma vez todo o tráfego com destino a Nairóbi, originário de Mogadíscio, a parar na cidade de Wajir para triagem e verificações de segurança.
O diretor-geral da Autoridade de Aviação Civil do Quênia, Gilbert Kibe, disse ao jornal Nation, à época, que a medida era “puramente por razões de segurança” e permaneceria em vigor até 9 de agosto, quando será revisada.
Em resposta, a SOMOTCA disse que a ação colocaria um fardo indevido para os cidadãos somalis e outros viajantes, criando uma barreira desnecessária ao comércio e à circulação de pessoas entre os dois países.
“O Governo Federal da Somália observa que esta decisão é motivada politicamente e é contra nossos princípios tradicionais de boa vizinhança e relações fortes”, afirmou em comunicado. “O Governo Somali deve proteger e salvaguardar sua soberania, dignidade e bem-estar de seus cidadãos e, portanto, exorta o governo queniano a reconsiderar sua decisão.”
O Quênia só permitiu a retomada de voos diretos de Mogadíscio-Nairóbi em 2017. O embargo original foi estabelecido em agosto de 2007, após uma escalada na situação de segurança com a então União dos Tribunais Islâmicos (UTI) na Somália. Nos dez anos seguintes, Nairobi exigiu que todos os voos da Somália parassem na cidade de Wajir, no leste do Quênia, para inspeção alfandegária, de imigração e de segurança antes de prosseguir para seus destinos finais no Quênia.
A restrição só foi levantada em 2017 depois que o primeiro-ministro da Somália, Hassan Ali Khaire, e seu colega queniano, Uhuru Kenyatta, chegaram a um acordo. As restrições voltaram em 2019.