O dia 15 de junho de 2022 ficará marcado na história da aviação por conta do voo inaugural da mais nova promessa da Airbus: o A321 XLR (eXtra Long Range). A aeronave foi concebida com o conceito de criar um jato de corpo estreito (narrowbody) com alcance nunca antes visto, visando servir a rotas longas onde existe demanda de passageiros, mas não justifica a operação de um widebody.
Algumas rotas possíveis com a aeronave são as ligações de Miami a Londres, Roma a Nova Iorque ou mesmo Sydney a Kuala Lumpur, todas sem escalas.
Os testes apenas começaram, mas quando atingir o marco da certificação do modelo, em 2023, a fabricante europeia terá uma “arma” de peso contra a Boeing, sua maior concorrente no segmento de aviões comerciais. Enquanto isso, cada etapa precisa ser celebrada, afinal foram anos de projeto e desenvolvimento até que se chegasse ao voo inaugural.
Por conta disso, e para marcar ainda mais o dia, os pilotos do primeiro protótipo do Airbus A321 XLR, que leva a matrícula francesa F-WXLR (msn 11.000), executaram o chamado “wing wave” em seu retorno a Hamburgo, na Alemanha, onde foi realizada a primeira decolagem, seguido de uma passagem baixa sobre o aeródromo. O chamado “wing wave” em inglês, ou algo como “balanço de asas” em português é uma manobra popularmente conhecida como o tradicional “tchauzinho”, comandado pelos pilotos dos aviões em ocasiões especiais como essa.
Um vídeo da manobra foi compartilhado nas redes sociais (abaixo, esperar pelo carregamento).
Voo de mais de 4 horas
Como mostram os dados de plataformas de rastreamento de voos, como o FlightRadar24, o voo inaugural do A321 XLR durou 4 horas e 34 minutos, tendo decolado de Hamburgo e voado pela própria região, no norte da Alemanha e próximo da fronteira com a Holanda.
Segundo o plano, o voo inaugural previa um tempo de voo a baixa altitude para a abertura do envelope de voo, seguido de uma ascensão ao nível de voo FL300 (30.000 pés) para teste de pressurização de cabine, a descida com uma arremetida e o pouso completo.
Antes de chegar à produção em série, todas as aeronaves da Airbus passam por uma campanha de certificação e testes de voo complexos. Uma vez aprovada e certificada, a aeronave é liberada para serviço. Para se ter uma ideia, o período de testes do A350 durou 14 meses, com cinco protótipos e 2.600 horas de voo, até que fosse homologado.
Com o A321 XLR, no entanto, a bateria de testes será muito menor porque se trata de uma modificação de um produto já existente, o A321neo. Serão três protótipos do XLR até o final de 2022, todos equipados com um laboratório de testes que registrarão milhares de parâmetros de voo, os quais, por sua vez, servirão de base para que os engenheiros revisem contra o projeto e façam os ajustes necessários.
