Violência contra aeroviários nos aeroportos do Brasil é tema de reunião e ações são propostas

Passageiro em ato violento em Guarulhos no ano passado

Violência contra aeroviários nos aeroportos brasileiros: este foi o tema da reunião entre a direção do SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários) e o SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), que aconteceu na última terça-feira, dia 18 de janeiro, em São Paulo.

Profissionais do setor foram representados pelo presidente e pela diretora do Sindicato, Luiz Pará e Selma Balbino, além do advogado responsável pela assessoria jurídica da entidade, Álvaro Quintão.

Segundo o SNA, as constantes denúncias da categoria sobre comportamento alterado dos passageiros e falta de apoio das chefias, com agravante em casos de assédio moral cometidos por supervisores e gerentes, levaram o Sindicato a criar a “Campanha de Conscientização sobre agressões nos aeroportos”. A convocação da reunião com a entidade representante das empresas aéreas e aeroviárias foi apenas uma das primeiras iniciativas para combater a prática.

SNA apresenta levantamento

Durante a reunião, a direção do SNA apresentou exposição sobre a gravidade da situação que envolve casos de violência no setor aéreo, respaldada pelo resultado de levantamento realizado junto à categoria.

O Sindicato explica que fez uma pesquisa com profissionais da aviação civil entre os dias 11 e 18 de janeiro. Foram coletadas declarações sobre casos de agressões sofridas no ambiente de trabalho, tanto advindas dos passageiros, como dos empregadores.

O relatório, que manteve em sigilo a identidade de todos os participantes, foi entregue aos representantes do SNEA.

Medidas adotadas pelas empresas

Segundo afirma o SNA, as empresas reconhecem a delicada situação vivenciada pelos funcionários e informam que a ABEAR (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) já busca soluções. Entre elas, uma mudança na Portaria 400 da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), que aborda sobre os direitos e deveres dos passageiros e companhias do setor, desde a oferta do serviço até as obrigações posteriores à sua execução.

Também há a proposta de Lei no Congresso para resguardar os profissionais da aviação em possíveis casos de violência. A PL 3111 é uma iniciativa do deputado Coronel Tadeu (PSL), que além de político, já atuou como piloto de helicóptero.

Como ambas as propostas, inicialmente, têm foco na categoria dos aeronautas, elas devem ser revistas para que possam beneficiar também os profissionais que atuam em terra, os aeroviários.

Falta de apoio das empresas

Apesar do bom andamento das conversas, o Sindicato alerta que seus representantes destacaram a falta de apoio por parte das chefias em situações de agressão dos passageiros. Dirigentes sindicais receberam denúncias de casos em que funcionários chegaram a ser impedidos de fazerem boletim de ocorrência.

O SNA afirma ainda que ocorrem também casos de assédio pelos empregadores, o que faz com que muitos funcionários se sintam em meio ao fogo cruzado. No levantamento realizado por Sindicato, foram comuns os relatos de gritos, exposições a situações vexatórias, ameaças, cobranças desmedidas e falta de apoio em casos de agressões do público usuário.

O SNEA acolheu as denúncias e se compromete em convocar o setor de Recursos Humanos das empresas aéreas para uma reunião, em que soluções possam ser propostas.

O SNA também sugere uma mudança operacional em que agentes de check-in passem a receber por escrito a explicação sobre possíveis problemas técnicos ou meteorológicos que resultem em atrasos ou cancelamento de voos, para que possam prontamente prestar esclarecimentos precisos ao público usuário.

Por fim, o Sindicato solicita a manutenção de hospedagem e alimentação nos casos de cancelamento de voo, já que a prática estava suspensa em função da pandemia.

Dirigentes sindicais vão seguir com a Campanha de Conscientização.

Informações do Sindicato Nacional dos Aeroviários

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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