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Após a tentativa fracassada de realizar um novo voo com sua espaçonave comercial, a Virgin Galactic mantém planos ambiciosos para o turismo espacial em um futuro muito próximo. A empresa, que concorre para ser a pioneira em viabilizar viagens para “pessoas comuns” se sentirem como astronautas, espera realizar nada menos que 400 voos anuais quando o negócio estiver a “plenos foguetes” (com o perdão do trocadilho).
O voo da SpaceShipTwo Unity (VSS Unity) estava planejado para 12 de dezembro, mas uma falha de conexão no computador de bordo interrompeu a operação logo depois da decolagem. Segundo a empresa, em comunicado à imprensa, o motor principal do foguete não foi corretamente acionado porque a sequência de ignição não foi concluída. Os dois pilotos abortaram a missão e retornaram com segurança ao Spaceport America, no estado do Novo México, Estados Unidos.
Como decola
A VSS Unity decola a partir de uma aeronave de apoio que a leva a até 50 mil pés de altura (~15km). Após a liberação, a espaçonave aciona foguetes e sobe a uma altitude superior a 80 km antes de retornar à Terra e pousar como um avião convencional.
No ápice da trajetória, os passageiros experimentam momentos de gravidade zero e conseguem ver com clareza a curvatura da Terra. A concorrente SpaceX, do bilionário Elon Musk, utiliza motores de propulsão já a partir do solo para oferecer uma experiência parecida. As empresas fazem parte de uma corrida para liderar o turismo espacial.
Para o infinito e além
Esse seria o terceiro voo teste da VSS Unity. Os outros dois foram em dezembro de 2018 e fevereiro de 2019. O novo experimento serviria para, entre outros objetivos, testar a estrutura no novo “espaçoporto” no qual a empresa espera montar sua base de operações turísticas.
Os planos são ousados: a venda de passagens poder ser iniciada já em 2021, após um voo inaugural com o fundador da empresa, Richard Brenson, a bordo da espaçonave. A data ainda não foi marcada.
Em entrevista ao portal da empresa de consultoria norte-americana The Motley Fool, o CEO da Virgin Galactic, Michael Colglazier, disse esperar que, em breve, o turismo espacial esteja muito popular entre as pessoas de alto poder aquisitivo em todo o mundo.
“A Virgin Galactic está planejando até 400 voos espaciais por ano a partir de cada espaçoporto, o que pode gerar até US $ 1 bilhão por ano em receita anual”, declara o executivo.
O CEO reconhece, contudo, que a meta ainda está longe de ser alcançada. Os dois únicos voos testes realizados são insuficientes para viabilizar o negócio. A empresa ainda tem outras duas viagens planejadas para concluir os testes necessários dos sistema de controle da espaçonave SpaceShipTwo antes do voo inaugural de Branson.
Público-alvo
O público alvo será, por muito tempo, a altíssima sociedade internacional. O analista Myles Walton, da consultoria financeira UBS estima que os 400 voos por ano e a receita anual de US$ 1 bilhão implicariam em um preço inicial das passagens em US$ 400.000 (mais de R$ 2 milhões).
Pré-vendas foram abertas recentemente por um curto período de tempo com preços entre US$ 200.000 e US$ 250.000 por bilhete. A Virgin Galactic ainda não divulgou qual será o preço do embarque quando as vendas forem retomadas.