Virgin Galactic espera operar 400 voos espaciais de passageiros por ano

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SpaceShipTwo “Unity” no evento de lançamento em 19 de fevereiro de 2016 no hangar Virgin Galactic FAITH, Mojave, Califórnia, EUA. Unidade VSS. IMAGEM: Ronrosano/Wikimedia

Após a tentativa fracassada de realizar um novo voo com sua espaçonave comercial, a Virgin Galactic mantém planos ambiciosos para o turismo espacial em um futuro muito próximo. A empresa, que concorre para ser a pioneira em viabilizar viagens para “pessoas comuns” se sentirem como astronautas, espera realizar nada menos que 400 voos anuais quando o negócio estiver a “plenos foguetes” (com o perdão do trocadilho).

O voo da SpaceShipTwo Unity (VSS Unity) estava planejado para 12 de dezembro, mas uma falha de conexão no computador de bordo interrompeu a operação logo depois da decolagem. Segundo a empresa, em comunicado à imprensa, o motor principal do foguete não foi corretamente acionado porque a sequência de ignição não foi concluída. Os dois pilotos abortaram a missão e retornaram com segurança ao Spaceport America, no estado do Novo México, Estados Unidos.

Como decola

A VSS Unity decola a partir de uma aeronave de apoio que a leva a até 50 mil pés de altura (~15km). Após a liberação, a espaçonave aciona foguetes e sobe a uma altitude superior a 80 km antes de retornar à Terra e pousar como um avião convencional.

No ápice da trajetória, os passageiros experimentam momentos de gravidade zero e conseguem ver com clareza a curvatura da Terra. A concorrente SpaceX, do bilionário Elon Musk, utiliza motores de propulsão já a partir do solo para oferecer uma experiência parecida. As empresas fazem parte de uma corrida para liderar o turismo espacial.

Para o infinito e além

Esse seria o terceiro voo teste da VSS Unity. Os outros dois foram em dezembro de 2018 e fevereiro de 2019. O novo experimento serviria para, entre outros objetivos, testar a estrutura no novo “espaçoporto” no qual a empresa espera montar sua base de operações turísticas.

Os planos são ousados: a venda de passagens poder ser iniciada já em 2021, após um voo inaugural com o fundador da empresa, Richard Brenson, a bordo da espaçonave. A data ainda não foi marcada.

Em entrevista ao portal da empresa de consultoria norte-americana The Motley Fool, o CEO da Virgin Galactic, Michael Colglazier, disse esperar que, em breve, o turismo espacial esteja muito popular entre as pessoas de alto poder aquisitivo em todo o mundo.

“A Virgin Galactic está planejando até 400 voos espaciais por ano a partir de cada espaçoporto, o que pode gerar até US $ 1 bilhão por ano em receita anual”, declara o executivo.

O CEO reconhece, contudo, que a meta ainda está longe de ser alcançada. Os dois únicos voos testes realizados são insuficientes para viabilizar o negócio. A empresa ainda tem outras duas viagens planejadas para concluir os testes necessários dos sistema de controle da espaçonave SpaceShipTwo antes do voo inaugural de Branson.

Público-alvo

O público alvo será, por muito tempo, a altíssima sociedade internacional. O analista Myles Walton, da consultoria financeira UBS estima que os 400 voos por ano e a receita anual de US$ 1 bilhão implicariam em um preço inicial das passagens em US$ 400.000 (mais de R$ 2 milhões).

Pré-vendas foram abertas recentemente por um curto período de tempo com preços entre US$ 200.000 e US$ 250.000 por bilhete. A Virgin Galactic ainda não divulgou qual será o preço do embarque quando as vendas forem retomadas.

Vídeo do pouso da VSS Unity. Imagem: Virgin Galactic/Divulgação
Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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