Visita de jatinho russo no Brasil, Argentina e Paraguai gera teorias da conspiração

A incomum visita de um grande jatinho executivo, de registro russo, gerou teorias da conspiração na Argentina e países vizinhos.

Tudo começou quando um Bombardier Global 6000, um dos maiores jatos executivos do mundo e muito popular entre os bilionários brasileiros, saiu da Rússia para a América do Sul, mas fazendo uma grande volta.

A aeronave, como mostra o histórico de voo do RadarBox na imagem abaixo, evitou toda a Europa, passando pela parte oriental da Turquia e Mediterrâneo até chegar em Casablanca, no Marrocos, onde abasteceu e seguiu até São Paulo.

Se não existissem restrições de voos saindo da Rússia, por consequência da guerra, o jato conseguiria voar diretamente de Moscou para São Paulo.

Da capital paulista o jato seguiu para El Calafate, na entrada da Patagônia. Uma cidade conhecida pela geleira Perito Moreno.

De Calafate, o jato voou no dia seguinte para Buenos Aires e, logo depois, foi para Assunção, no Paraguai, voltando para a capital argentina, onde ficou por mais 2 dias, antes de decolar novamente para o norte e voar até o Rio de Janeiro, onde está desde o dia 25.

A vinda do jato chamou atenção pelo curto tempo de estadia, ao ficar menos de 3 dias em solo argentino, além da ida ao Paraguai em um bate e volta. Surgiram teorias falando sobre fuga de políticos argentinos diante da crise e falta de dólares no país. Outros apontando que eram russos chegando para fraudar o processo eleitoral que ocorrerá em outubro, quando um novo presidente será escolhido.

Outras teorias incluem um “voo cegonha”, apenas para o bebê de alguma pessoa rica da Rússia nascer na Argentina, recebendo o passaporte argentino, que hoje tem muito mais valor que o russo. Também foram apontadas possibilidades de fuga de dinheiro com bandidos ou entrada de criminosos. E até ser um bombardeiro, por ser da fabricante Bombardier, além de tudo mais que a imaginação permitiu.

Mas um jornal local parece ter esclarecido, em parte, do que se tratava. Segundo o Señal Calafate, o jato teria ido para o aeroporto da Patagônia para que turistas pudessem ver a geleira e conhecer a região, seguindo para a capital argentina logo em seguida, também por motivos turísticos.

A ida até Assunção, por sua vez, teria ocorrido para abastecimento, já que provedores argentinos teriam negado fornecer combustível, por medo de sanções, de maneira similar ao que aconteceu, não muito tempo atrás, com o Boeing 747 venezuelano-iraniano.

Com a viagem a turismo terminada, o jato voltou para Buenos Aires e levou os visitantes para o Rio, reforçando a tese de viagem turística.

A história ainda tem partes não explicadas, sendo que a grande dúvida é por que alguém fretaria um jato da Rússia para a Argentina apenas para ver geleiras e o Rio em abril? E por que uma visita tão rápida? Outra pergunta é o porquê de o jato não fazer reabastecimento em Porto Alegre, que é mais perto de Buenos Aires, e sim em Assunção?

Estas dúvidas provavelmente não serão sanadas, mas ainda assim é possível acompanhar a grande jornada de volta do jato pela América do Sul na janela abaixo (somente aparecerá quando o avião estiver em voo e com seu sinal sendo captado) ou neste link.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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