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Voamos no inovador turboélice Epic

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Texto e fotos – Murilo Basseto.

Chego ao aeroporto municipal de Americana (SDAI), no interior de São Paulo, às 7h30 de uma gelada manhã. As temperaturas próximas de zero daquela semana, pouco comuns para a região, haviam causado intensos nevoeiros nas primeiras horas das manhãs, e a expectativa era de que nossa decolagem, prevista para 8h00, poderia sofrer atrasos.

Para nossa sorte, aquele sábado marcou o início das manhãs secas daquela semana de inverno, e o dia já amanheceu sem limitações visuais, apenas com uma fina e alta camada de nuvens. No hangar sede da Somma Aviation, representante exclusiva da Epic Aircraft no Brasil, o belo turboélice aguardava no pátio para nosso voo até o aeroporto de Pará de Minas (SNPA), em Minas Gerais.

 

 

O exemplar de demonstração da Somma Aviation, de prefixo PR-ZGT, apresenta-se na versão experimental Epic LT, que conta com mais de 40 unidades em operação, sendo a maior parte voando nos Estados Unidos. O ZGT é o único Epic em operação no Brasil.

Apesar de experimental, o Epic da Somma já possui o interior padrão do Epic E1000, modelo da Epic Aircraft atualmente em processo de certificação, que se encontra em fase final de testes para homologação pela FAA.

Por fora, a fuselagem completamente constituída de compósito de fibra de carbono se faz mostrar no belo design aerodinâmico e limpo, e o imponente e confiável motor turboélice PT6A-67A, em conjunto com uma hélice quadripá Hartzell, passam uma sensação de muita potência a ser disponibilizada para voo.

 

 

Ao embarcar, mais boas impressões. A Epic projetou a aeronave pensando em agradar pelo conforto e design de linhas modernas. Apesar de apresentar quatro assentos na cabine de passageiros, contra seis de outras aeronaves da categoria, a sensação de espaço é muito agradável, e em termos de altura interna o turboélice acomoda com tranquilidade passageiros e pilotos de dois metros.

Nota-se grande folga tanto para movimentação dos passageiros quanto para o acesso à cabine de comando. As amplas e ovalizadas janelas também colaboram para a sensação de espaço.

 

 

As linhas já agradáveis da parte traseira mostram-se ainda mais interessantes no cockpit, passando um interessante ar futurista semelhante às aeronaves comerciais mais modernas. E o espaço novamente se faz notar, para conforto dos tripulantes.

No painel, a suíte de Aviônicos G1000 da Garmin, com 3 grandes telas, permite uma apresentação completa e clara de qualquer informação que o piloto necessite, com Synthetic Vision, interface Motor-Célula, meteorologia, tráfego, e ADS-B.

 

 

Hora de voar!

Tudo pronto para a partida, acionamos para o táxi até a cabeceira três zero de Americana. Coordenamos nosso ingresso na pista com a saída simultânea de um dos Cessnas da escola de aviação Sierra Bravo Aviation, que acabara de pousar pela cabeceira uno dois.

Decolamos às 8:05 local e, imediatamente, a ótima relação potência-peso se faz sentir na subida. A PT6A, mesmo limitada de 1825 HP para 1200 HP no projeto da aeronave, disponibiliza potência mais do que suficiente para uma razão de subida acima dos 3000 pés por minuto, valor notável já que estávamos com quatro a bordo e tanques cheios.

 

 

Após alguns instantes mantendo a reta de decolagem, curvamos à direita passando na vertical da cidade de Americana, para tomarmos a proa de Cosmópolis, ponto de início do plano de voo visual até Pará de Minas. Ainda sobre Americana já estávamos a uma boa altitude em relação ao aeroporto de partida, nivelados a 5000 pés, como consequência da grande razão de subida facilmente mantida desde a decolagem.

 

 

Por se tratar da versão experimental, o ZGT chegou ao Brasil sem permissão para voos por instrumento, ficando limitado a voar abaixo do nível 150. Porém a Somma já está com processo de homologação dos equipamentos de voo IFR para então poder utilizar os níveis mais elevados que serão padrão na versão certificada E1000.

O Epic E1000 voará no FL340, com mais de 325 KTAS de velocidade máxima de cruzeiro, atingindo o teto de voo em apenas 15 minutos. Na velocidade econômica de cruzeiro de 265 KTAS, a aeronave certificada consumirá apenas 40 galões por hora, muito abaixo dos concorrentes de sua categoria.

Devido à nossa limitação de altitude com o Epic LT, em apenas 2min40s atingimos o teto autorizado, o FL135. O sistema de pressurização da aeronave apresenta um interessante diferencial: ajusta a pressão interna de forma completamente automática. Ou seja, diferente do que ocorre na maioria das aeronaves, nas quais é necessário ir alterando manualmente a altitude passo-a-passo durante a subida, o Epic ajusta-se automaticamente à altitude à medida que subimos. O piloto só precisa inserir a altitude do aeroporto de destino para que o sistema tenha uma referência no final da despressurização durante a descida.

O voo transcorreu com tranquilidade sobre a bonita paisagem montanhosa das Minas Gerais, com ocorrências pontuais de turbulência leve nos últimos 15 minutos de voo, devido a formações decorrentes da frente fria que passara por Americana ao longo da semana e afastava-se ainda sobre a região central de Minas. Nada preocupante para o ZGT, que conta com radar meteorológico, que será um item opcional para o E1000.

 

 

Na chegada a Pará de Minas após apenas 50 minutos cravados de voo, realizamos o circuito de tráfego com a aeronave completamente limpa para uma passagem baixa sobre a pista, já que lá ocorria o AeroRock 2016. Diversos spotters nos aguardavam no gramado lateral para registro da passagem baixa do Epic LT, que fazia sua primeira aparição em evento público desde a chegada ao Brasil.

Após a passagem veloz, uma puxada intensa para perda de velocidade e retorno à altitude de tráfego, com novo ingresso no circuito de tráfego pela esquerda para o pouso completo na cabeceira uno dois, às 9h00 no horário local. Após mais cliques dos spotters ao livrar a pista para o pátio do AeroRock, encerramos nosso voo com uma ótima impressão. Certamente um produto diferenciado pela modernidade e desempenho, que entra no mercado para brigar com os turboélices e até mesmo com os jatos de pequeno porte em operação, como você pode notar na tabela comparativa mais abaixo.

 

 

Confira a seguir mais algumas características de performance do Epic E1000:
– Velocidade máxima de cruzeiro: 325+ KTAS
– Velocidade de cruzeiro econômico: 265 KTAS
– Teto máximo operacional: 34.000 pés
– Tempo de subida: 15 minutos para 34.000 pés
– Melhor razão de subida: 4.000 pés por minuto
– Alcance na velocidade máxima*: 1.385 NM / 2.565 km (325 KTAS e 60 gal/hr)
– Alcance na velocidade econômica*: 1.650 NM / 3.056 km (265 KTAS e 40 gal/hr)
– Distância de decolagem: 1.600 pés / 488 m
– Distância de pouso: 1.840 pés / 561 m

*Condição ISA, FL280, sem vento, 45 minutos de reserva com peso máximo.

 

Para mais informações, acesse:
www.epicaircraft.com
https://www.facebook.com/EpicAircraftBrasil

 

Sobre a Somma Aviation

Estabelecida em 2012, a Somma Aviation vem se firmando como uma das marcas mais presentes na boca do consumidor deste então, atendendo clientes de todo o Brasil com comércio e importação de aeronaves e peças.

No começo de 2013 a Somma Aviation tornou-se representante exclusiva da Epic Aircraft no Brasil, fato que aumentou muito a exposição da empresa, ganhando destaque na LABACE 2013, maior feira de aviação executiva da América Latina.

No início de 2016, a Somma Aviation inaugurou seu Hangar no aeroporto de Americana – SP, o qual serve de base tanto para suas operações comerciais já consolidadas quanto para os novos serviços de manutenção de aeronaves, atendendo modelos a pistão (Cessna LC41, LC42 e TTx; Cirrus SR20 e SR22; Piper Seneca, Mirage e Matrix; e Beechcraft Bonanza e Baron) e turboélice (Piper Meridian; e Beechcraft King Air 90 Series).

Para maiores informações, acesse:
http://www.sommaaviation.com.br/
https://www.facebook.com/sommaaviation

 

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