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Voepass afirma que dobrará frota e destinos em 3 anos, mas não fala nada sobre o Boeing 737

A empresa aérea Voepass entrou esta semana para a Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA) e o seu CEO, Eduardo Busch, foi entrevistado para o o site do grupo, o AeroLatinNews (ALN). Ele falou sobre os planos futuros para a empresa, que parecem bastante ousados.

Atualmente com 15 aeronaves ATR 72 e ATR 42 e 38 destinos, a companhia disse que espera quase dobrar o tamanho da frota e de cidades atendidas nos próximos três anos. Segundo Busch, o mercado brasileiro ainda tem alto potencial e a Voepass buscará chegar a 25 turboélices regionais nesse período, atendendo a 70 localidades, tanto por meio de acordos, como os que têm com a Gol, como em operações próprias.

Durante a entrevista, Busch nada falou sobre os Boeing 737 NG, modelo que a empresa havia anunciado no final do ano passado e que vinha trabalhando para inclusão em suas especificações operativas. De fato, como verificou o AEROIN junto a fontes próximas da empresa aérea, o processo de inclusão do novo modelo caminha a passos lentos e teve sua última movimentação no mês de julho.

No mais, Busch afirma que a empresa acredita em um modelo de transporte aéreo regional focado na capilaridade, trabalhando em conjunto com as grandes companhias aéreas. “Dessa forma, alavancamos nosso produto com benefícios de escala, permitindo uma atuação perene em mercados de baixa e média demanda ligados a grandes centros no Brasil. Atualmente, temos nossa malha conectada em codeshare com aproximadamente 70% de participação de mercado no país, por meio de parcerias firmadas com duas das maiores companhias aéreas do Brasil“, disse ele ao ALN.

Apesar de ter uma frota antiga, o executivo diz que a companhia está acompanhando de perto as inovações tecnológicas que permitirão menor impacto ambiental e mais eficiência operacional com menor custo. Ele diz que essa maior eficiência permitirá um desenvolvimento ainda maior da capilaridade regional e acesso ao transporte aéreo por um número muito maior de clientes. Para isso, no entanto, a empresa terá que recorrer a aviões mais novos. Hoje, a idade média da frota da companhia é de 18 anos.

Por fim, Busch fala sobre as dificuldades da aviação regional no Brasil. Para ele, ainda são encontrados gargalos operacionais, que felizmente vêm sendo superados pelos mercados públicos e investimentos privados em aeroportos e pela flexibilização regulatória.

“No entanto, o maior gargalo sempre será a existência de demanda, em um cenário de custos elevados que exigem tarifas mais altas e acabam restringindo o acesso a um número maior de clientes. Vale lembrar que em alguns casos o custo do combustível nesses mercados pode ser mais que o dobro dos principais mercados”, disse o executivo.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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