Nos últimos dias, o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak tem estado no alvo de ativistas ambientais após fazer um voo de apenas 36 minutos usando o jato executivo do governo, um Dassault Falcon 900XL, entre Londres e Leeds. Segundo a BBC, parlamentares se juntaram ao coro para dizer que o premiê estaria “zombando” do Programa Jet Zero, criado para reduzir as emissões da indústria de aviação britânica.
Disseram os ambientalistas que a rápida viagem de Sunak teria liberado cerca de 3.000 kg de emissões de carbono. Em contraste, se ele tivesse ido de trem, teria liberado 12 Kg de carbono e feito a viagem em duas horas (cada trecho).
O gabinete de Sunak justificou o voo como forma de otimizar o tempo, conforme declarado em um comunicado para The Guardian: “Todas as viagens do primeiro-ministro são feitas com o objetivo de aproveitar de maneira efetiva suas horas, permitindo que ele se desloque rapidamente por todo o país quando houver grande demanda por sua presença”.
Naturalmente, a explicação não foi totalmente aceita pela oposição. A deputada do Partido Verde, Caroline Lucas, se referiu à viagem do Primeiro-Ministro como “indefensável”, pois “opções menos prejudiciais estão prontamente disponíveis”.
Tommy Sheppard, Membro Parlamentar do SNP para Edimburgo Leste, também se pronunciou contra o uso do Falcon 900XL, tuitando: “Sunak usou um jato particular para viajar para Leeds ontem, apesar da viagem levar 2,5 horas de trem. Provavelmente custando muito mais aos contribuintes e zombando de suas promessas climáticas. Inacreditável.”
Como se nota, a polarização e as disputas pelas redes sociais seguem exacerbadas em qualquer lugar do mundo. De todo o modo, embora o Dassault Falcon 900LX, designado Envoy IV, seja mais eficiente que seu antecessor, o Bae-146, o governo costuma ser criticado pelo uso de aeronaves particulares para viagens regionais após o lançamento de sua estratégia “Jet Zero” em 2021.