Voos comerciais com Boeing 737 MAX na China enfim estão programados para acontecer

Boeing 737 MAX 8 – Imagem: N509FZ, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Enquanto a Administração de Aviação Civil da China (CAAC) continua sem dar detalhes sobre a liberação do Boeing 737 MAX em sua jurisdição, a China Southern dá pistas e avança na reincorporação do modelo à sua frota ativa, vindo a programar para o próximo dia 30 de outubro o primeiro dos voos comerciais que o MAX operaria em mais de três anos.

Indícios deste retorno sugiram no último dia 16 de outubro, quando a China Southern iniciou os trabalhos de preparação em pelo menos três de seus 737-8. Na ocasião, os aviões com as matrículas B-1206, 1207 e 1127 estavam fora de estado de conservação e com limpeza realizada, enquanto equipes de mecânicos e engenheiros foram vistas trabalhando neles.

Agora, os sistemas de reservas da empresa mostram que o avião está programado para voar entre Guangzhou e Wuhan com escala em Zhengzhou, reabrindo a operação comercial do MAX em voos domésticos, conforme noticia o Aviacionline.

No último dia 10 de outubro, um Boeing 737 MAX da MIAT Mongolian Airlines pousou em Guangzhou, China, completando o primeiro voo do modelo no país após quase quatro anos de suspensão de serviço no país asiático, sem que nenhuma notícia fosse veiculada ou a CAAC emitisse um parecer a respeito.

Se a autoridade aeronáutica chinesa decidir retirar a proibição e permitir o retorno às operações do 737 MAX, além das centenas de aeronaves que já estavam integradas às frotas das companhias aéreas chinesas, há cerca de 140 aeronaves prontas para serem entregues pela fabricante.

Após uma divulgação de resultados que indicou um prejuízo no terceiro trimestre de 2022 de US$ 3,3 bilhões, a liberação das entregas desses aviões representará um impulso econômico crítico para a Boeing em um período relativamente curto.

Até recentemente, David Calhoun, CEO da Boeing, não estava otimista sobre o cronograma que lhe permitiria reabrir o mercado chinês para o principal produto de corredor único da empresa. Com isso, a Boeing estava procurando novos clientes para os aviões já construídos, se não conseguisse logo a recertificação. 

Este movimento da China Southern pode ser uma preparação baseada em informações internas que garantem que poderá operá-lo até essa data, ou pode ser uma resposta política à reivindicação de Calhoun.

O que está claro é que em três dias saberemos com maior certeza qual é o futuro do MAX na China, uma situação que pode ajudar a definir o futuro do MAX como um programa global.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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