Voos da Qatar Airways poderão ficar muito mais rápidos em breve

Com as conversas para normalização de relações no Oriente Médio acontecendo a todo o vapor, um dos setores mais ansiosos por seus resultados é a aviação, sobretudo a de países afetados por restrições de pouso e sobrevoo, como o Catar. Recentemente, a Arábia Saudita expressou otimismo de que um bloqueio de três anos em seu vizinho regional possa ser resolvido em breve, após negociações mediadas pelo Kuwait. 

Conforme reportou a Bloomberg, a Qatar Airways e seus passageiros se beneficiariam enormemente se um negócio pudesse ser intermediado, com tempos de voo mais curtos na maioria das rotas da companhia aérea, bem como a retomada de uma série de rotas que foram fechadas por inviabilidade, já que as aeronaves teriam que contornar todo o território saudita para chegarem a seu destino.

Sanções

Em junho de 2017, a Arábia Saudita, juntamente com Bahrein, Egito e os Emirados Árabes Unidos cortaram laços diplomáticos com seu vizinho do Golfo Pérsico e impuseram um bloqueio ao pequeno mas extremamente rico país. O quarteto imediatamente fechou seu espaço aéreo para aeronaves registradas do Catar, o que significa que a Qatar Airways foi forçada a redirecionar suas aeronaves através do Irã, Turquia e Omã. 

Como consequência, a maioria dos voos da companhia aérea tornou-se muito mais demorada, com alguns aumentando o tempo de voo em até uma hora. Isso fez com que a Qatar Airways tivesse que encerrar abruptamente o serviço em 18 rotas regionais que se mostravam lucrativas para a companhia aérea. No caso de Doha a Dubai, a Qatar Airways costumava ter até 18 voos por dia.

Ação da Qatar

Em julho, a Qatar Airways venceu uma ação judicial no Tribunal Internacional de Justiça para permitir que a agência de aviação civil das Nações Unidas (ICAO) decidisse se a Qatar Airways deveria ter permissão para voar pelo espaço aéreo das nações bloqueadoras. Na sexta-feira, no entanto, o ministro da Arábia Saudita, Príncipe Faisal bin Farhan, disse que um “progresso significativo” foi feito nos últimos dias na tentativa de romper o atual impasse e resolver a crise.

“Esperamos que esse progresso possa levar a um acordo final e posso dizer que estou um tanto otimista de que estamos perto de finalizar um acordo entre todas as nações na disputa para chegar a uma resolução que pensamos seja satisfatório para todos ”, disse o príncipe.

A agência de notícias oficial do Catar informou que o ministro das Relações Exteriores do país disse que espera que “as coisas vão na direção certa”, mas que um acordo pode não ser “iminente”.

Ao contrário dos Emirados Árabes Unidos, no entanto, não parece haver planos para o Catar iniciar voos diretos para Israel. Mohammed bin Abdulrahman Al Thani disse que a atual relação de trabalho do Catar com Israel é suficiente e não normalizaria as relações a menos que o povo palestino receba seu próprio estado independente.

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Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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