Voos muito curtos serão proibidos na França; quem quiser viajar deve usar trem

ERRATA: ajustamos o primeiro parágrafo e o título para refletir a informação correta sobre o tempo da viagem.

Divulgação: Air France

A Comissão Europeia validou na sexta-feira, 2 de dezembro, o projeto da França de proibir voos domésticos muito curtos (aqueles cuja alternativa de trem dure menos de duas horas e meia), desde que haja linhas ferroviárias suficientes e satisfatórias. Como cita a mídia local, a medida faz parte da Lei do Clima francesa, que busca reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.

A princípio, três rotas foram aprovadas, sendo elas as que ligam Paris a Nantes, Lyon e Bordeaux, mas ainda não há data prevista para o início da validade da regra. Segundo o texto da Comissão Europeia, essa medida valerá também para voos curtos de conexão, algo que a princípio não foi contemplado pelo governo francês. 

De toda a maneira, a França quer ser o país pioneiro neste assunto, que também é estudado em outros países. A medida abre esse precedente, pois poderia ser aplicada em outros lugares, como a Espanha, por exemplo, em rotas como as que ligam Madri a Barcelona, ​​Sevilha ou Málaga, onde existem trens alternativos de menos de duas horas e meia.

Nem todo mundo está feliz. A associação aeroportuária francesa (Union des Aéroports Français) recorreu da medida, assim como o ACI, Conselho Internacional de Aeroportos. A ALA, Associação das Companhias Aéreas de Espanha, também a rejeitou, considerando que os voos curtos com menos de 500 quilômetros representam apenas 4,5% das emissões do setor.

Eles sustentam que o impacto seria mínimo e que essa proibição teria um alto custo econômico para as empresas. 

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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