Aos poucos, a oferta de assentos e rotas entre Argentina e Brasil, o maior mercado internacional da América do Sul, vêm aumentando, embora ainda esteja longe dos níveis pré-pandemia.
Segundo dados do site parceiro Aviacionline, obtidos através da Cirium, para o pico da próxima temporada de inverno (entre junho e agosto), o mercado entre os dois países recuperaria 52,1% da oferta de assentos em relação ao mesmo período de 2019, com 627.625 assentos distribuídos nesses três meses.
Entre janeiro e fevereiro de 2022, um total de 227.151 viajantes foram mobilizados nas ligações entre os dois países, com ocupação média de 69%, segundo dados obtidos através da ANAC Argentina.
Durante esses meses, as restrições sanitárias em ambos os lados da fronteira ainda afetaram indiretamente a demanda, já que os passageiros tiveram que passar por testes de PCR e ter seguro médico para adentrar aos países. A onda de infecções causadas pela variante Ômicron também jogou contra a demanda.
Agora, com a flexibilização das restrições sanitárias e uma maior taxa de vacinação, aumentam as expectativas de uma recuperação mais sustentada, especialmente para a temporada de inverno.
Nesta primeira semana de abril, a Aerolíneas Argentinas retomou seus voos para Brasília, Curitiba e Porto Alegre. Até julho de 2022, a LATAM e a Aerolíneas Argentinas devem reconectar Bariloche a São Paulo; a GOL retomaria sua conexão direta entre Mendoza e Guarulhos; a estatal argentina anunciou uma inédita ligação entre Salta e a capital paulista, anunciado pelo no AEROIN recentemente; a Flybondi, por sua vez, aumentará seus voos para o Rio de Janeiro, passando de 7 a 14 semanais.
Além dessas rotas, podem-se destacar o desembarque da Air Canada, Swiss e British Airways com serviços de quinta liberdade, concorrendo diretamente com a Ethiopian e Turkish nas ligações entre Brasil e Argentina.
O que está mais distante da recuperação é a conectividade entre cidades secundárias no Brasil e na Argentina. A maioria das companhias aéreas operam de e para São Paulo ou Buenos Aires. Entre as empresas e rotas que no momento não anunciaram oficialmente seu retorno (comparando fevereiro de 2020 com julho de 2022) estão:
Aerolíneas Argentinas: Buenos Aires-Porto Seguro, Córdoba-Florianópolis, Córdoba-Porto Seguro, Córdoba-Salvador, Rosário-Rio de Janeiro, Florianópolis-Rosário. Esses voos são operados principalmente na temporada de verão.
Azul Linhas Aéreas: Campinas-Bariloche, Campinas-Buenos Aires, Belo Horizonte-Buenos Aires, Cabo Frio-Buenos Aires e Recife-Buenos Aires. Antes do início da pandemia de COVID-19, a Azul havia anunciado que interromperia seus voos de Recife para Córdoba e Rosário a partir de março de 2020. Cabo Frio operava apenas durante a temporada de verão.
Flybondi: Buenos Aires-Porto Alegre. Foi o último destino brasileiro inaugurado pela low-cost, em fevereiro de 2020.
Gol Linhas Aéreas: Brasília-Buenos Aires, Fortaleza-Buenos Aires, João Pessoa-Buenos Aires, Maceió-Buenos Aires, Natal-Buenos Aires, Recife-Buenos Aires, Rio de Janeiro-Córdoba, Rio de Janeiro-Rosário e São Paulo-Bariloche. Foi a companhia aérea com maior oferta de assentos e rotas entre Brasil e Argentina, muitas das quais contaram com o apoio dos governos estaduais brasileiros para manter as conexões, mesmo em baixa temporada.
LATAM Airlines: Florianópolis-Buenos Aires, Recife-Buenos Aires, Río de Janeiro-Buenos Aires, São Paulo-Córdoba e Salvador-Buenos Aires. Os voos para Florianópolis estavam programados para operar apenas durante a temporada de verão.
Emirates: Río de Janeiro-Buenos Aires. A empresa havia cancelado por tempo indeterminado a ligação que vinha de Dubai, sendo a única opção para viajar entre as duas cidades com um produto superior em todas as classes. Os voos serão retomados em novembro de 2022.
Qatar Airways: São Paulo-Buenos Aires. A empresa do Catar havia suspendido indefinidamente a rota que ligava os dois países americanos, embora continuem operando de Doha à São Paulo. Recentemente, por motivos da Copa do Mundo, a empresa comentou sobre sua intenção de retornar à Argentina, embora ainda não haja detalhes sobre quando isso poderá acontecer.
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