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Zero emissões é mais um “exercício de relações públicas do que uma realidade”, diz CEO da Qatar

A IATA reconhece que atingir zero emissões líquidas até 2050 é um grande desafio. Richard Quest, da CNN, conduziu uma discussão sobre esse assunto na Assembleia Geral Anual da organização, que aconteceu esta semana em Istambul, na Turquia. Para o CEO da Qatar Airways, Akbar Al Baker, a aviação está muito atrasada para atingir esta meta e que ela é “mais um exercício de relações públicas do que uma realidade”.

De acordo com o executivo, um dos mais antigos e influentes na indústria, os volumes de combustível sustentável de aviação (SAF) ainda são insuficientes para atingir o zero. Al Baker disse que não se pode se enganar, pois não atingiremos as metas para 2030. Ele voltou a criticar as propostas de governos que cobrariam impostos baseados nas metas desta indústria.

No entanto, o diretor-geral da IATA, Willie Walsh, apontou para uma tendência positiva considerando que a produção de SAF triplicou em 2022, aumentando para 300 milhões de litros (9 milhões de galões). Walsh está convencido de que a meta é atingível, afirmando que não é fácil nem barato, mas ainda assim acredita que é possível.

Akbar Al Baker também acredita que é possível, no entanto, diz que existem muitos desafios e que a indústria aérea partiu tarde para atingir o zero. Por fim, ele sugere um esforço concentrado da indústria para alcançar a meta de 2050 e ajustar emissões, se levar em conta a falta de matéria prima para a produção de SAF.

O que se retira desta discussão é que alcançar os zero líquidos em 2050 é o grande desafio da indústria aérea, e ainda assim os desafios são enormes e custosos. Todos os esforços, de todos os atores, serão necessários para chegar a esse objetivo, caso contrário, ele estará comprometido em pouco tempo.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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