A maior empresa aérea da América Latina tem uma distopia com o número de processos judiciais que recebe, que estão praticamente todos no Brasil.
A judicialização do setor aéreo é um constante debate no Brasil, que é o país onde mais se entra na justiça contra companhias aéreas, uma prática que se repete em outros setores econômicos. Para Jerome Cadier, CEO da LATAM, este é um dos problemas que impede o setor aéreo brasileiro de crescer e cria um custo “sem cabimento”.
Em entrevista ao Neofeed, ele cita vários desafios regulatórios, que incluem impostos sobre combustíveis e cobrança de bagagens, mas foi mais a fundo no tema de judicialização.
“98% dos processos que o grupo tem é no Brasil, que responde por 55% das operações do grupo. É muito cara a quantidade de advogados que temos que ter, de processos na Justiça, de indenizações que são pagas, principalmente para consumidores por pleitos que não têm cabimento“, diz o executivo.
Ele cita o caso do “jatinho” que quase saiu da pista em Congonhas e parou o aeroporto quase o dia inteiro, gerando prejuízos operacionais imensos, que já foram alvo de reclamação de Jerome Cadier.
“Ele entra na Justiça contra a companhia aérea e o juiz dá ganho de causa, além de dano moral para o passageiro, de R$ 5 mil a R$ 10 mil, por causa desse cancelamento de voos, que nem foi de responsabilidade da Latam. Esse tipo de coisa faz com que a gente tenha um custo absurdo aqui no Brasil”, conclui o CEO.
Apesar das críticas, que não são exclusivas do chefe da LATAM, se não houver mudança nas leis, nos entendimentos dos juízes e nas jurisprudências, esse cenário não mudará.
