Como tudo parece indicar, a empresa aérea estatal italiana segue a passos largos o caminho de sua antecessora Alitalia, vindo a se envolver em uma série de polêmicas ao longo dos últimos dias. Enquanto isso, as discussões sobre a privatização da empresa patinam.
A aérea foi criada pelo estado italiano de forma independente da Alitalia, onde adquiriu ativos para poder iniciar rapidamente operações, mas manteve os passivos (dívidas) nas mãos da antiga empresa, o que gerou reclamações de muitos ex-funcionários, fornecedores e passageiros, que “ficaram na mão”.
O tempo foi passando, o processo de venda avançando, mas agora emperrou. Notícias recentes da mídia italiana dão conta que as negociações sobre a privatização da ITA Airways não deram resultado, com o Ministério da Economia e Finanças da Itália encerrando abruptamente um período de exclusividade que começou no final de agosto.
A exclusividade visava permitir o início das negociações com um consórcio formado pelo fundo de private equity Certares, Delta Air Lines e Air France-KLM, como explica uma matértia da Bloomberg.
A decisão do governo italiano de não estender o período de exclusividade teria sido motivada após a mudança de governo na Itália e disputa pela liderança na ITA Airways, que viu o presidente executivo da empresa, Alfredo Altavilla, ser destituído de seus poderes no final de outubro e vindo a ingressar com uma ação contra a empresa aérea pelo ato.
As negociações, inclusive, estavam atrasadas justamente pela mudança política relatada acima, mas a reviravolta recente abre espaço para que tudo volte ao passo anterior do processo, ou seja, uma nova definição de interessados na empresa aérea italiana. Enquanto o tempo passa, a empresa vai queimando dinheiro e se coloca em posição de seguir com os caminhos tortuosos e custosos da sua antecessora.