Aérea de baixo custo pode acabar com truques de passageiros para embarcar na frente dos demais

A Southwest Airlines está estudando uma mudança simples que poderia transformar seu processo de embarque, pondo fim a passageiros que fingem ter deficiências para embarcar mais cedo, a prática de guardar assentos, bem como facilitar a identificação de passageiros problemáticos a bordo.

Segundo o site View From the Wing, essa mudança seria a introdução de assentos designados, em vez da atual política de livre escolha, uma prática sujeita a opiniões mistas dos passageiros.

Durante suas teleconferências de resultados, a Southwest Airlines compartilhou que está considerando mudanças na forma como os assentos são distribuídos, com os detalhes a serem revelados em seu Dia do Investidor, ainda neste ano.

A companhia aérea recentemente divulgou o interior de suas novas cabines, com assentos mais modernos e finos (entenda-se leves), aliados à declaração de que não adicionariam assentos aos aviões e haveria um espaço premium, com mais espaço disponível para as pernas.

Para que esses novos assentos premium façam sentido, a Southwest precisaria designar assentos em vez de disponibilizá-los por ordem de chegada. A companhia aérea afirma não saber exatamente como a nova oferta seria implementada, mas fica claro que haverá assentos designados, seja para os novos assentos premium, seja para todo o avião.

Além de permitir a restrição dos assentos premium aos clientes que pagam mais por eles, os assentos designados também permitiriam identificar quem está sentado em cada assento, o que seria útil para o gerenciamento de passageiros problemáticos.

Atualmente, a Southwest Airlines é a única empresa aérea que não possui informações como nome do passageiro e atribuição de assento no manifesto de voo.

Se houver mais passageiros no avião do que o esperado, fica difícil identificar quem deveria estar lá e quem não deveria. Se um passageiro num assento específico estiver causando problemas, não se sabe imediatamente quem é. Se um passageiro problemático não se identificar, será necessário retirar todos e reembarcá-los para saber quem ainda está no avião.

Os agentes do FBI reclamam quando precisam lidar com a Southwest Airlines em situações problemáticas, pois os passageiros não podem ser facilmente identificados pela localização do assento.

Além disso, a designação de assentos traria duas outras vantagens significativas:

– O fim da guarda de assentos. Uma das reclamações mais recorrentes da empresa é o fato de que passageiros que embarcam antes ficam guardando lugar para outros que estão mais atrás na fila.

– O fim das viagens “fingindo” deficiência. Outro tema comum é o de que dezenas de passageiros embarcam em cadeiras de rodas para garantir os primeiros assentos, mas descem perfeitamente bem no final do voo.

Isso não apenas promoverá justiça, mas também impedirá o uso indevido de cadeiras de rodas e o tempo do pessoal empurrando essas cadeiras, tornando-os mais disponíveis para aqueles que realmente precisam da assistência.

Com uma simples mudança – a atribuição de assentos – seria possível resolver muitos dos problemas associados à experiência de embarcar num voo da Southwest Airlines.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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