Aeroflot sofre mais um incidente em meio a falta de peças de reposição na Rússia e colapso se aproxima

Boeing 777-300ER da Aeroflot – Imagem: Fedor Leukhin / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia

A indústria aérea russa enfrenta desafios significativos devido às tensões geopolíticas em curso e às consequentes sanções, especialmente no que diz respeito à falta de peças de reposição, levando a um aumento nos incidentes envolvendo a Aeroflot e outras companhias aéreas nacionais.

Desde o ataque da Rússia à Ucrânia, as sanções ocidentais têm restringido significativamente a colaboração entre as aéreas russas, fabricantes internacionais e fornecedores, tornando difícil a obtenção de peças de reposição necessárias e impactando consideravelmente o funcionamento da frota aérea.

Segundo o aeroTELEGRAPH, o incidente mais recente ocorreu em 8 de janeiro, quando cerca de 400 passageiros, programados para voar de Phuket, na Tailândia, para Moscou em um Boeing 777-300ER da Aeroflot, foram afetados por uma falha. As peças de reposição necessárias tiveram que ser enviadas da Rússia, resultando em um atraso de mais de um dia. Este foi o oitavo incidente desse tipo em apenas cinco semanas.

A tendência continua

A tendência de incidentes continua, como evidenciado pelos eventos em 1º de dezembro, quando um Airbus A321 teve que aterrissar fora do planejado devido a problemas no sistema de ar condicionado, e em 6 de dezembro, quando um Boeing 777 teve fumaça a bordo devido a um curto-circuito.

Desde o início da guerra, mais de 180 desses incidentes foram registrados em todas as companhias aéreas russas, de janeiro de 2023 a meados de dezembro. Em 2022, foram registrados 60 incidentes, e entre 2018 e 2022, houve uma média de 55 incidentes de aeronaves por ano.

Preocupante também é um hack divulgado em novembro, reivindicado pela Ucrânia. Documentos internos da autoridade aérea russa sugeriram que a aviação do país está à beira do colapso, com problemas em motores, trens de pouso, sistemas hidráulicos, flaps e software representando desafios significativos para as companhias aéreas russas.

Diante desses problemas persistentes e do aumento no número de incidentes, questiona-se se a indústria aérea russa está se aproximando de um possível colapso. Os próximos meses serão cruciais para avaliar como a situação se desenvolverá e quais medidas serão tomadas para garantir a segurança e confiabilidade do tráfego aéreo na Rússia.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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