Por meio de suas redes sociais, o Aeroporto Internacional de Brasília informou que a prática de spotting, ou fotografia aeronáutica, no terminal e nos arredores do aeródromo, está proibida no período entre 30 de dezembro e 2 de janeiro. Segundo o aeroporto, a imposição da regra, que impede a fotografia em local público, foi tomada por medida de segurança.
“Devido aos últimos acontecimentos nas imediações do aeroporto e em razão do desembarque de diversas autoridades para a posse presidencial, não será permitido a prática de spotting nas proximidades e grades do Aeroporto de Brasília”, diz a nota do aeroporto.
“As medidas foram adotadas por questões de segurança. A vigilância em todo o perímetro do sítio aeroportuário foi reforçada. Pedimos a colaboração de todos. Para a Inframerica, segurança é valor imprescindível e a decisão visa proteger tanto as operações quanto vocês, spotters. A medida vale do dia 30 de dezembro a 2 de janeiro”, finalizou.
Aeroporto de Brasília colocando regra draconiana, quando bastava aumentar o policiamento. Spotter não é criminoso! https://t.co/pEvkNusC8D
— AEROIN (@aero_in) December 29, 2022
Quais motivos
Apesar da nota não explicitar, pressupõe-se que a medida está sendo tomada em razão de uma ameaça a bomba nas imediações do aeroporto, na semana passada. No entanto, expulsar os spotters não trará nenhum ganho de segurança, uma vez que o local já terá policiamento bastante reforçado para a posse de Lula.
Existe outro tema colocado na nota do aeroporto que é a chegada de autoridades. Acontece que Brasília sempre foi e sempre será um local em que autoridades chegam e saem, onde empresários aterrissam e decolam. Desta forma, a medida abre um precedente que, em uma situação extrema, poderia levar a outros bloqueios à fotografia aeronáutica em locais públicos e a um retrocesso.
Como fazem Europa e Estados Unidos, onde o risco de atentados é muito maior, mas o spotting é totalmente liberado (até em algumas instalações militares), a solução passa por fiscalizar a policiar, mas não atentar contra a liberdade individual e de imprensa (spotters também prestam serviço de divulgação de informações).
Lembrando que a prática de spotting remonta de mais de meio século no Brasil, mas apenas nos últimos 10 anos passou a ser melhor aceita por autoridades e administradores do setor aéreo.