Em face à suspensão das atividades da Itapemirim Transportes Aéreos (ITA), a Associação Brasileira dos Agentes de Viagem (ABAV) se pronunciou no sábado (18), através de um apelo que intitulou de “Carta Aberta aos Brasileiros”. A informação foi compartilhada por Aldo Leone Filho, CEO da Agaxtur, em seu perfil no LinkedIN (ver abaixo).
No documento, que compartilhamos na íntegra abaixo, a entidade pede ajuda, pois sabe que herdará uma boa parte do problema deixado pela combalida companhia aérea, que cancelou todos os voos desde a última sexta-feira. Apesar de ter dito que a suspensão é temporária, a Itapemirim não deu nenhuma ideia de quando poderia retornar ou quando vai reembolsar os custos incorridos pelas agências com todo o processo de remarcação e reacomodação de passageiros.
As agências de viagem, por sua vez, são um dos principais canais de distribuição das passagens aéreas e de contato com os clientes finais. Muitas delas foram pegas de surpresa pela suspensão da Itapemirim, sobretudo diante de tantas notícias “positivistas” vindas da empresa e de sites de notícias especializados no turismo, nas últimas semanas.
Apesar dessas notícias procurarem passar a imagem de que estava tudo bem, chegando a falar sobre novos aportes de recursos, trocas na estrutura comercial, entre outros, o fato é que a situação da companhia era oposta, como os leitores do AEROIN puderam acompanhar.
Leia a carta da ABAV
Segue abaixo o texto atribuído à ABAV, segundo o empresário Aldo Leone Filho, CEO da Agaxtur.
A Associação Brasileira de Agências de Viagens recebe com surpresa e perplexidade anúncio do encerramento temporário das atividades da companhia aérea Itapemirim e acompanha as providências das autoridades do setor aéreo, nomeadamente da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, para que sejam salvaguardados os direitos dos consumidores, bem como das agências de viagens, enquanto canal de distribuição.
Diante de mais uma decisão abrupta e arbitrária de uma companhia aérea em paralisar suas atividades, colocando em risco a movimentação de viagens de milhares de consumidores, e deixando possível rastro de prejuízos a um setor já tão penalizado pelos efeitos da pandemia, a presidente da ABAV Nacional, Magda Nassar, reafirma que o trabalho sobre o PL 908 tem que ser acelerado, e clama para que os deputados e o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor aprovem este PL para corrigir uma injustiça histórica e recorrente.
“Esperamos sinceramente que a Comissão de Defesa do Consumidor reconsidere seu parecer sobre o PL 908. Não podemos continuar a ser responsabilizados e penalizados, recorrentemente, por situações como esta, que nos fogem completamente ao controle.
Não somos o órgão público com poder de fiscalização ou de concessão de tais voos”, afirma a dirigente da entidade, que ainda não consegue mensurar o impacto para as agências de viagens associadas. “Torcemos muito pela recuperação da companhia, e que nesse caminho ela mantenha o propósito anunciado de que honrará com os compromissos firmados com as agências de viagens e com todos os clientes que tiverem suas viagens impactadas durante o período em que mantiver as operações suspensas”, conclui.
A ABAV afirma, ainda, que trabalhará para que seja mantido um canal de comunicação aberto entre a companhia aérea e as agências de viagens durante todo o processo.