AIAB promoveu debate em São José dos Campos sobre futuro da aviação e desafios tecnológicos na indústria aeronáutica

Airbus A220 da Swiss – Imagem ilustrativa

Discutir as tecnologias mais promissoras para os futuros produtos da indústria aeronáutica, avaliar o potencial do Brasil na regulação de veículos aéreos e aviação autônoma para a mobilidade urbana, e explorar estratégias para formar, manter e repatriar os melhores profissionais para o ecossistema aeroespacial nacional foram os temas centrais de um painel realizado no dia 10 de maio, em São José dos Campos (SP).

Organizado pela Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), o evento reuniu especialistas, autoridades do setor e líderes da indústria para debater sob o mote ‘Aviação do Futuro: Desafios e Oportunidades nas Áreas de Tecnologia, Regulação e Retenção de Talentos’

O painel reuniu cinco debatedores: o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Tiago Pereira, que participou por meio de videoconferência; Larissa Querino, especialista na indústria de Defesa, representando a diretoria de Sustentabilidade da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Perpétua Almeida; a vice-reitora do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Profª. Drª. Emília Villani; o secretário-substituto da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Osório Coelho; e o diretor de Desenvolvimento Tecnológico da Embraer, Maurílio Albanese, representando a AIAB.

A mediação ficou a cargo de José Serrador Neto, vice-presidente da associação e VP de Relações Institucionais da Embraer.

Aviação do Futuro

O painel abordou questões cruciais para o futuro da aviação, como as tecnologias mais promissoras, as exigências de governança socioambiental e corporativa, e as estratégias essenciais para fortalecer continuamente a indústria aeronáutica brasileira.

Os participantes enfatizaram a importância da colaboração entre governo, universidades e indústria para superar os desafios presentes e futuros, e para maximizar as oportunidades de crescimento sustentável.

A discussão também realçou a necessidade de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, bem como na formação de profissionais qualificados para impulsionar a inovação, elemento fundamental para a competitividade dos produtos da indústria aeroespacial brasileira no cenário global.

Ao término do painel, os líderes da indústria aeroespacial tiveram a oportunidade de questionar os debatedores.

A AIAB está comprometida em contribuir para uma aviação cada vez mais sustentável, inovadora e competitiva. O Brasil tem a vantagem de liderar o segmento de veículos aéreos para mobilidade urbana. Instituições brasileiras estão estabelecendo os padrões a serem seguidos por outros países, o que pode representar uma significativa vantagem competitiva para o país“, afirmou o presidente da associação, Julio Shidara.

Saudamos a participação de todos e confiamos que as ideias compartilhadas hoje contribuirão significativamente para o avanço da indústria aeroespacial no Brasil“, destacou Serrador, moderador do debate.

Desafios e oportunidades

Tiago Pereira, presidente da ANAC, iniciou os debates destacando os desafios que surgirão nos próximos anos com a transição para combustíveis sustentáveis. Segundo ele, será uma mudança significativa, porém repleta de oportunidades.

O mercado de aviação é naturalmente globalizado, impulsionando nossa indústria a buscar a excelência exportadora. Isso a tornou mais eficiente e competitiva internacionalmente“, observou.

Osório Coelho, do MCTI, ressaltou os recentes investimentos em programas de fomento à pesquisa e à inovação tecnológica, por meio da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos).

Apesar de ainda serem modestos em comparação com outros países, representam uma vitória importante. Precisamos revitalizar nosso sistema de inovação para impulsionar a competitividade“, enfatizou.

Emília Villani, vice-reitora do ITA, destacou a importância da integração entre universidades, indústrias e governo. “Essa colaboração é fundamental. Formamos excelentes engenheiros, altamente demandados. Precisamos retê-los no Brasil.

Letícia Querino, da ABDI, reconheceu que o Brasil ainda enfrenta deficiências básicas, resultando em investimentos insuficientes em pesquisa e inovação. No entanto, ela destacou iniciativas como o programa Nova Indústria Brasil, do governo federal, que visa estimular e promover o setor produtivo, com foco especial na indústria aeroespacial.

Essas ações são cruciais. Sem uma política industrial clara, ficamos à deriva. Devemos estudar minuciosamente cada segmento para fortalecer as cadeias produtivas mais robustas“, ressaltou.

Maurílio Albanese, da Embraer, discutiu temas como aviação autônoma e propulsão elétrica, apontando-as como tendências para os próximos anos no setor de aviação.

Estamos ingressando na Terceira Era da Aviação com os combustíveis sustentáveis. É um desafio imenso, mas oferece um campo vasto para nossos engenheiros, reconhecidos pela criatividade“, destacou.

Informações da AIAB

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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