A Air China está adotando uma abordagem diferente das outras companhias aéreas para manter os voos nos EUA à luz do coronavírus e da proibição de viagens. A estratégia dela parece bastante inteligente.
Temos observado muitos voos entre a China continental e os EUA sendo cancelados, especialmente porque os EUA adicionaram uma nova proibição de viagens devido ao coronavírus. Por ela, os estrangeiros que visitaram a China nos últimos 14 dias não podem mais entrar nos Estados Unidos, a menos que sejam familiares imediatos de cidadãos americanos ou residentes permanentes.
Compreensivelmente, isso fez com que as companhias aéreas reduzissem consideravelmente seus serviços. American, Delta e United estão cortando voos para a China continental, e até a China Eastern e a Hainan Airlines também cancelaram muitos de seus voos para os EUA.
As companhias aéreas chinesas dizem que estão fazendo isso devido à demanda fraca, enquanto as companhias aéreas dos EUA dizem que o fazem devido a uma combinação de demanda fraca e a segurança de suas tripulações.
Mas a Air China quer continuar
A Air China não parece disposta a desistir completamente dos voos aos EUA. Atualmente, a companhia aérea voa para seis destinos no país – Houston, Los Angeles, Nova Jérsei, Nova Iorque, São Francisco e Washington.
No começo dessa semana, a companhia aérea entrou com um pedido junto ao Departamento de Transportes dos EUA para solicitar o direito de operar um total de apenas sete voos semanais aos EUA, mas esses incluiriam quatro cidades, seguindo em rotas alternativas. Segundo o pedido, a Air China deseja voar os seguintes trechos por um período de 180 dias, usando o Boeing 777-300ER:
- 4x por semana na rota Pequim-Los Angeles-São Francisco
- 3x por semana na rota Pequim-Nova Iorque-Washington
Como a companhia aérea descreve, isso visa manter a conectividade aérea essencial entre os EUA e a China da maneira mais econômica.
Uma abordagem interessante
Essa é uma abordagem interessante, mas é importante também apontar os obstáculos logísticos. Há relatos de que a imigração nos EUA está levando até seis horas em alguns casos para aqueles que chegam da Ásia (mesmo aqueles que não vêm da China).
Assim, é mais provável que os passageiros sejam verificados no primeiro porto de entrada dos EUA, e não no destino final e, nesse caso, parece muito difícil manter uma programação com dois destinos.
Será interessante ver se essa permissão será concedida e, em caso afirmativo, como a rota funcionaria operacionalmente. Essa é uma estratégia muito diferente da que a sua concorrente, a China Eastern, está adotando, por exemplo, porque eles estão apenas suspendendo as rotas aos EUA.