Com o objetivo de superar a crise causada pela pandemia da COVID-19 e consolidar uma recuperação, a Air France-KLM anunciou uma nova capitalização de € 2,2 bilhões, num processo em que a empresa francesa de transporte marítimo e de contêineres CMA CGM se tornará o terceiro maior acionista da companhia aérea, atrás dos estados francês e holandês.
Tal como o resto da indústria, a empresa sofreu o impacto das restrições aos movimentos aéreos ao nível global a partir de 2020. De acordo com o site Aviacionline, a diminuição do tráfego fez com que perdesse cerca de € 11 bilhões desde então.
Nos últimos meses, a demanda de viagens e o volume de negócios mantiveram uma recuperação acentuada. Neste contexto, a empresa franco-holandesa pretende destinar a maior parte do montante arrecadado ao reembolso do auxílio excepcional concedido pelo Estado francês.
Ambos os governos, da França e da Holanda, pretendem seguir o aumento de capital para manter os mesmos níveis de participação; ou seja, 28,6% e 9,3%, respectivamente. Para o Estado francês, isso significará um montante de cerca de € 645 milhões, enquanto para os holandeses significará um montante de cerca de € 220 milhões. Por outro lado, os acionistas China Eastern e Delta Air Lines terão suas participações reduzidas em favor da CMA CGM.
A operação é a segunda fase das medidas tomadas para melhorar as finanças da empresa. Em abril de 2021, já havia ocorrido uma primeira capitalização. Além disso, o governo francês concordou em converter uma ajuda de € 3 bilhões concedida na primavera de 2020 em títulos perpétuos.
A iniciativa foi aprovada pela Comissão Europeia, num contexto de medidas excepcionais. No entanto, a Air France-KLM teve que fazer algumas concessões. Entre elas, cedeu os horários de voos (slots) do aeroporto parisiense de Orly. Agora, a companhia aérea busca se libertar de restrições em um contexto de consolidação das oportunidades de crescimento do setor. A capitalização permitirá que tenham “uma base financeira sólida”, segundo a empresa.
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