A Airbus desenvolveu um sistema automático que, em caso de falha do sistema de pressurização da cabine, substitui a tripulação e leva a aeronave de volta a uma altitude onde é possível respirar normalmente. E nesta semana, a fabricante europeia publicou um breve conteúdo sobre essa funcionalidade, conforme reproduzido a seguir.
Um sistema para prevenir acidentes quando há despressurização
Em 14 de agosto de 2005, um avião de passageiros sofreu uma falha no seu sistema de pressurização poucos minutos depois de decolar do aeroporto de Larnaca, no Chipre. Isso passou despercebido pela tripulação.
À medida que a aeronave continuava a subir a uma altitude de 33.000 pés (10.200 metros), o oxigênio tornou-se cada vez mais escasso. A hipóxia que se seguiu (uma redução na quantidade de oxigênio fornecido pelo sangue aos tecidos) fez com que os ocupantes perdessem a consciência.
O avião, a caminho de Praga e transportando 121 pessoas, voou no piloto automático até ficar sem combustível e cair perto de Maratona, ao norte de Atenas, na Grécia. Infelizmente, casos semelhantes ocorreram em outras aeronaves de passageiros e jatos executivos.
As aeronaves normalmente navegam em altitudes de 30.000 a 45.000 pés (9.000 a 13.000 metros) acima do nível do mar, onde o nível de oxigênio não é suficiente para os humanos respirarem. É por isso que as aeronaves são pressurizadas: para fornecer oxigênio suficiente às pessoas a bordo. Normalmente, a pressão do ar é mantida equivalente a uma altitude de 6.000 a 8.000 pés (1.800 a 2.400 metros) acima do nível do mar.
Em caso de perda de pressurização em nível de voo de cruzeiro, os passageiros e tripulantes devem utilizar imediatamente máscaras de oxigênio para evitar hipóxia. Dependendo da altitude, o chamado tempo de consciência útil é de 15 segundos ou menos.
A tripulação de voo deve então iniciar um procedimento de descida de emergência, compreendendo ações imediatas do piloto, bem como comunicação ao controle de tráfego aéreo e aos passageiros na cabine. Isso permitirá que a aeronave desça para uma altitude mais baixa, onde o nível de oxigênio seja suficiente para respirar sem máscara de oxigênio.
A Airbus desenvolveu a função de Descida Automática de Emergência (AED – Automatic Emergency Descent) para permitir que a tripulação de voo inicie a descida de emergência pressionando um botão e estendendo os freios aerodinâmicos. A aeronave executará a manobra automaticamente, evitando possíveis terrenos elevados, como cadeias de montanhas. Isto reduz drasticamente a carga de trabalho da tripulação nesta situação crítica.
Como medida de segurança adicional, em caso de uma despressurização da cabine em que nenhuma reação da tripulação for detectada, o AED será ativado automaticamente após uma contagem regressiva e iniciará a descida de emergência.
A sequência de procedimentos do AED para um Airbus A350 é mostrada por um piloto no vídeo a seguir:
