Alegando incidente terrorista, comissário tranca mãe e criança de 3 anos no banheiro do avião

Avião Airbus A319 American Airlines
Imagem: Anna Zvereva / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia

Uma mulher de ascendência latina e árabe que trabalhava como agente do FBI na Joint Terrorism Task Force acusa a American Airlines de discriminação religiosa e racial devido a uma experiência traumática que ela e seu filho de três anos tiveram a bordo de um voo de Fort Lauderdale para Nova Iorque em setembro do ano passado.

De acordo com um processo aberto no último mês na corte distrital de Brooklyn, e visto pela equipe do site PYOK, a mãe, Yasbleidy Giraldo, afirma que um comissário de bordo zombou dela, enquanto ela e seu filho estavam trancados no banheiro de um avião. Outro membro da tripulação a teria acusado de causar um incidente terrorista.

Giraldo diz que ela e o resto da sua família foram escolhidos devido à suas características do Oriente Médio, sobrenomes muçulmanos e o fato de ela e seus familiares falarem farsi durante o voo. Ela conta que quando tentou usar o banheiro da Primeira Classe para trocar a fralda da filha mais nova, foi mandada para a fila do fundo do avião.

Ela explica que, pouco tempo depois, seu filho de três anos precisou usar o banheiro com urgência e ela o levou às pressas para o banheiro da Primeira Classe, ignorando a comissária de bordo naquela cabine. Uma vez lá dentro, ela ouviu a porta trancar do lado de fora.

Giraldo disse que sofre de forte claustrofobia e ansiedade ao voar e diz que ficou extremamente chateada por ficar trancada no banheiro. Eventualmente, o comissário de bordo destrancou a porta e os dois voltaram para seus assentos apenas para serem “repreendidos” por um supervisor que alegou que eles teriam sido responsável por um “incidente terrorista”.

Na chegada a Nova Iorque, os policiais escoltaram a família para fora do avião e os submeteram a 15 minutos de interrogatório antes de liberá-los. Ela observa que outros passageiros ou pessoas que não são do Oriente Médio foram autorizados a usar o banheiro da Primeira Classe sem contestação.

O marido de Giraldo desistiu de uma carreira promissora como advogado para se juntar à força-tarefa conjunta de terrorismo do FBI para “mudar a narrativa negativa contra os muçulmanos americanos que ocorreu após o 11 de setembro”. Ele diz que “dedicou sua carreira e vida” a ajudar o FBI.

O casal apresentou uma reclamação formal à American Airlines, mas não recebeu uma resposta significativa. Agora, eles estão exigindo uma indenização não especificada de acordo com o novo processo aberto no tribunal distrital do Brooklyn.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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