Marcando sua volta à TV Cultura, o programa “Asas e Histórias”, único show sobre a cultura da aviação na televisão aberta brasileira, estreará sua segunda temporada neste sábado, 10 de fevereiro, às 10h45. A atração conquistou o público com seu mix de informações abrangentes e imagens visuais impressionantes.
A produtora Ariadne Barroso explica que existem tipos de imagens que cativam, agradam e prendem a atenção do público. “Com a aviação, não é diferente. Este padrão de atratividade vem de filmes como Top Gun e Apocalypse Now, que conseguiram retratar cenas de aviação de forma bela e emocionante”. O público pode esperar visões do cockpit, documentos históricos e cenas raras.
Serão exibidos 26 episódios nesta temporada. “O objetivo do programa é aproximar as pessoas do mundo da aviação, apresentando a sua história, que tem impactado a humanidade das mais diversas formas, desde o voo pioneiro do 14-Bis do brasileiro Alberto Santos Dumont”, detalha o jornalista de aviação e apresentador do programa, Cláudio Lucchesi.
Lucchesi acrescenta: “Queremos mostrar que a aviação faz parte das nossas vidas, mesmo sem pisarmos em um aeroporto. Está em nossas cozinhas, no forno de micro-ondas, cuja tecnologia tem raízes numa questão militar da aviação na 2ª Guerra Mundial. Ou na compra que fazemos pela internet, que chega em uma semana, vindo de outro país, graças ao transporte aéreo”.
Cada episódio exige um trabalho de produção detalhado. Isso porque o programa “Asas e Histórias” vai além das aeronaves atuais e explora modelos antigos, alguns que sequer entraram em serviço, ou cuja história remete a décadas passadas. “Imagens em foto ou vídeo de um B-52 são infinitamente mais fáceis de serem encontradas do que de um Condor, por exemplo”, acrescenta a produtora.
Para isso, é feito um trabalho com alto nível de detalhamento. A equipe de produção faz pesquisas no Brasil e no exterior, buscando arquivos em órgãos governamentais, bibliotecas públicas, forças armadas, bancos de imagens em domínio público, agências especializadas em material documental, fabricantes de aeronaves e companhias aéreas. Também é utilizado o banco de dados da própria Revista Asas, publicação que há mais de 20 anos reúne um acervo único sobre o tema.
A produção de um material de alto nível sobre aeronaves militares também esbarra em dificuldades de cunho histórico. “Tem um outro fator que impacta muito no desafio para achar material: Guerra Fria. Muito material produzido nesta época, seja pela extinta União Soviética, seja pelos Estados Unidos, ainda não passaram por digitalização nos órgãos federais ou agências de mídia especializada”, conta Ariadne Barroso. Alguns materiais licenciados levaram semanas até serem entregues.
Ainda assim, às vezes a quantidade de material reunido é tão boa que fica difícil fazer os cortes necessários. “Dá uma dor no coração ter que deixar muita coisa de fora, inclusive em termos de roteiro. Na Revista Asas podemos fazer de 8 a 10 páginas sobre um tema e tem muita, muita informação ali. Mas se transformar em vídeo, eu vou ter uma hora”, conta o apresentador Lucchesi.
Atendendo aos pedidos do público, nesta segunda temporada, o tempo do programa foi duplicado, de cinco para dez minutos. Isso também significa um esforço maior de edição. “O tempo de produção triplica em relação ao programa de cinco minutos. Um programa de dez minutos é um trabalho de quase uma semana a depender do episódio em produção”, detalha Ariadne Barroso.