ATUALIZAÇÃO: Esta informação foi posteriormente negada pela Antonov, como pode ser visto em outra publicação do AEROIN.
O encontro entre representantes da fabricante Antonov e o governo de São Paulo foi confirmado pelas autoridades paulistas. Como mostrado pelo AEROIN anteriormente, a Antonov tem planejado abrir uma linha de produção no Brasil, mas ficou receosa diante das declarações recentes do Presidente Lula, que tinha equiparado a culpa do invasor, Rússia, e do invadido, Ucrânia.
E hoje, o Governo de São Paulo divulgou nota à imprensa, afirmando que “A Secretaria de Negócios Internacionais do Estado de São Paulo informa que, no dia 11 de abril, recebeu representantes de Oleksandr Nykonenko e Victor Avdeyev, conselheiro e vice-presidente da Antonov Company, para audiência a respeito do interesse da estatal ucraniana Antonov desenvolver atividades no Brasil, em especial no Estado de São Paulo”.
O governo de São Paulo também informou à CNN Brasil que, após a reunião, a Antonov enviou um e-mail comunicando a suspensão das negociações diante das últimas declarações do governo federal, apontando para as falas de Luís Inácio Lula da Silva.
Abaixo a planilha apresentada pela Antonov na reunião no Palácio dos Bandeirantes (e confirmada a @CNNBrasil pela empresa) com o plano de negócios e o valor estimado de investimentos (US$ 50 bi). pic.twitter.com/qJoRzoMqsp
— Caio Junqueira (@caiojunqueiraf) April 26, 2023
A empresa estatal ucraniana fabricou o maior avião do mundo, o An-225 Mriya, e hoje se tornou um dos símbolos da resistência ucraniana diante da invasão russa.
Hoje, novamente o Presidente do Brasil voltou a falar da invasão, dizendo que “Não cabe a mim dizer se Crimeia e Donbass são da Ucrânia ou da Rússia”:
#EnDirecto | Lula dice que los que tienen que “decidir” de quién es Crimea y el Dombás son los rusos y los ucranianos: “Cuando uno se sienta en una mesa de negociación, tenemos que ser capaces de plantear estas cosas” pic.twitter.com/kB7roH6eyT
— Europa Press (@europapress) April 26, 2023
Em nota oficial, os representantes da fabricante ucraniana no Brasil haviam afirmado o interesse, agora colocado em risco, para migrar a empresa para uma “jurisdição neutra”. Confira a nota a seguir na íntegra:
Diante do prolongado conflito bélico pelo qual a Ucrânia passa neste momento o Conselho de Administração tem grande interesse em migrar a produção da companhia para uma jurisdição neutra. À frente desta iniciativa estão o Presidente do Conselho de Administração da Companhia, Sr. Oleksandr Nykonenko, que ocupou o posto de Embaixador da Ucrânia em Brasília, e o Sr. Victor Avdeyev, Vice-Presidente da companhia. É fundamental ressaltar que a Antonov é uma companhia estatal Ucraniana, e portanto, obrigada a seguir alguns estritos protocolos.
No entantanto, existe um grande interesse em consolidar um acordo multilateral especificamente com o Estado de São Paulo, diante de sua pujança na América Latina, que inclui: Construção de considerável planta industrial da Antonov em SP, transferência de tecnologia, geração de cerca de 10.000 vagas de emprego diretas e indiretas, planta estimada de 70.000 m2, pista de testes de ao menos 2.400 x 50 metros. Para atingir tais metas a ANTONOV dispõe de cerca de US$50 bilhões a serem aplicados na estrutura proposta de forma escalonada de forma a atingir em até 5 anos a plena atividade produtiva.
O AEROIN também entrou em contato com a sede da Antonov em Kyiv, e a empresa informou à imprensa no final da tarde que a informação não procedia: