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Após conflito armado a 30 km da Venezuela, helicóptero da Marinha evacua indígenas feridos; uma criança morreu

Imagem: Comando Conjunto Ágata Fronteira Norte

A Força Aérea Brasileira informa que o Comando Conjunto Ágata Fronteira Norte, em mais um esforço coordenado entre as Forças Armadas e os Órgãos de Segurança Pública (OSP), realizou, entre a segunda e a terça-feira, dias 3 e 4 de julho, uma Evacuação Aeromédica (EVAM) na região de Parima, dentro da Terra Indígena Yanomami (TIY).

O objetivo foi prestar atendimento médico após um confronto que resultou em cinco feridos por arma de fogo (um homem, uma mulher e três crianças) e o óbito de uma criança. Na ocasião, uma equipe de saúde local encontrava-se em perigo e isolada. Portanto, foi necessário prover segurança para garantir a estabilidade da região, prestar assistência médica aos feridos e efetuar a EVAM.

A região isolada de Parima está situada a 300 km de Boa Vista e a apenas 30 km da fronteira com a Venezuela. A missão contou com militares que efetuaram intenso treinamento para lidar com esse tipo de operação.

De prontidão, no segunda-feira, 3, as Forças Armadas acionaram um helicóptero H-36 Caracal, da FAB, para transportar, até o local, uma equipe de saúde, composta por médico e enfermeiros militares preparados para lidar com diversos tipos de trauma; militares do Grupamento de Comandos Anfíbios da Marinha do Brasil; e agentes da Polícia Federal (PF).

Tal operação ocorreu ainda à noite, com a utilização do NVG (do inglês Night Vision Goggles – Óculos de Visão Noturna). Porém, devido às condições meteorológicas adversas, não foi possível realizar o pouso em Parima e, em virtude disso, por questões de segurança, a tripulação desviou a rota para a localidade de Surucucu, onde aguardaram por melhores condições meteorológicas.

Imagem: Comando Conjunto Ágata Fronteira Norte

Logo no início da manhã do dia 4, um segundo helicóptero, um UH-15 da Marinha do Brasil (MB), foi acionado em apoio à missão. Essa aeronave foi responsável por realizar a EVAM e, após a equipe médica estabilizar todos os feridos em Parima, os indígenas foram embarcados em segurança.

De lá, seguiram para a Base Aérea de Boa Vista (BABV), em Roraima, onde pousaram às 15h (horário de Boa Vista). Os feridos foram levados por duas ambulâncias até o Hospital Geral de Roraima (HGR), para receberem os tratamentos especializados.

Imagem: Comando Conjunto Ágata Fronteira Norte

A FAB afirma que, dessa forma, é importante ressaltar que o Comando Conjunto Ágata Fronteira Norte adotou todas as medidas cabíveis para o pronto atendimento da emergência médica, prosseguindo em mais um esforço interagências relativo à atuação nas ações humanitárias dentro da TIY.

A ação reitera o compromisso das Forças Armadas com a saúde e o bem-estar de todos os brasileiros, destacando a abnegação no cumprimento dos deveres estabelecidos por meio do Decreto nº 11.405, de 30 de janeiro de 2023, e do Decreto nº 11.575, de 21 de junho de 2023.

Embora não especificado pela FAB, segundo o g1, a Polícia Federal confirmou que o ataque foi feito pelas comunidades Whaputa e Castelo contra a comunidade do Parima, e que a área é crítica quanto à atuação de garimpeiros, acusados de aliciar indígenas para extração ilegal de ouro na terra Yanomami.

O corpo da criança indígena assassinada permanecerá na comunidade para os rituais da cultura Yanomami.

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