Aproveitando de seu monopólio nos EUA, Embraer espera produzir o jato E175 até 2030

O domínio da Embraer no mercado regional poderá perdurar até o final da década, com folga, segundo perspectiva da fabricante brasileira.

Embraer 175 – Imagem: Divulgação – Alaska Airlines

A empresa de São José dos Campos, no interior paulista, é a única no mundo a fabricar um jato que atenda o máximo de passageiros e que não ultrapasse o limite de peso imposto pela cláusula do Acordo de Convenção Coletiva dos pilotos americanos com as companhias aéreas.

Nessa cláusula, o Embraer E175 pode ser adquirido pela subsidiárias regionais das grandes empresas aéreas, que são operadas por empresas terceirizadas. E para evitar uma maior terceirização, os pilotos das grandes empresas limitam a atuação das subsidiárias.

“É o único avião no mercado, vamos continuar com ele por um bom tempo à frente, ao menos até o final da década”, afirmou Arjan Meijer, CEO da Embraer Aviação Comercial, em entrevista à FlightGlobal durante o Dubai Airshow.

Já para Rodrigo Silva e Souza, Vice-Presidente de Vendas e Marketing da Embraer na divisão de jatos comerciais, o que garante o monopólio de venda do E175 é o que também impede o surgimento de novas aeronaves: “Não vejo nenhuma data para dar fim à produção do E175. Idealmente estaríamos produzindo apenas o E2 por agora, mas, devido às cláusulas, não podemos, e também os concorrentes não podem, entrar no mercado”.

O único concorrente à altura do E175 seria o japonês SpaceJet da Mitsubishi, que acabou cancelando o projeto. Já o próprio E175 de segunda geração, o E2, está pronto, mas fora da cláusula, e ao que a Embraer prevê, nenhum novo avião conseguiria entrar nas limitações da cláusula sendo mais econômico que o atual E175-E1.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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