Argentina deve adquirir aviões-tanque KC-135 Stratotanker para apoio a seus futuros caças F-16

KC-135R abastece caças F-16| USAF photo by by SMSgt Jason Rolfe

A Argentina iniciou os processos administrativos para analisar diferentes alternativas para a aquisição de aviões-tanque (reabastecedores aéreos) KC-135 “Stratotanker”, visando ampliar o alcance operacional de sua futura frota de caças F-16.

O Chefe da Casa Civil apresentou ao Senado argentino um extenso relatório no qual foram respondidas 1.286 perguntas dos senadores sobre os mais diversos temas. Nesse documento, é relatado que a Força Aérea Argentina (FAA) pretende incorporar aeronaves de reabastecimento em voo KC-135 “Stratotanker”, informou o Aviacionline, portal parceiro do AEROIN.

Uma das questões levantadas pelos senadores é exatamente se está prevista a incorporação de aviões-tanque Boeing KC-135 Stratotanker, uma vez que se reconhece que os F-16 MLU adquiridos da Dinamarca são incompatíveis com as duas aeronaves Lockheed Martin KC-130H Hercules atualmente utilizadas pela FAA para reabastecimento em voo.

Embora o relatório mencione o início dos trabalhos para a eventual incorporação do KC-135, não fornece mais detalhes sobre os prazos previstos para a conclusão da referida operação. Nesse sentido, vale lembrar as palavras do Chefe do Estado-Maior Conjunto, Brigadeiro-General Xavier Julián Isaac, durante a última edição da FIDAE: “Quanto ao sistema de reabastecimento em voo, é algo que vamos analisar com cuidado, sem pressa, porque os aviões têm grande autonomia e vamos ver o que melhor se adapta às nossas possibilidades.

F-16 MLU

O relatório apresentado também traz detalhes sobre a aquisição de caças F-16 para a Força Aérea Argentina.

Primeiramente, declara-se que a aeronave F-16 MLU (mid-life update, atualização de meia vida) foi selecionada por ser a que atende ao maior número de critérios e requisitos estipulados pelo Planejamento Estratégico Militar e que este sistema de armas não está sujeito a nenhuma espécie de embargo ou veto do Reino Unido.

Foram adquiridas 24 aeronaves (16 monopostos e 8 bipostos), e uma vigésima quinta aeronave como elemento didático para manutenção. O contrato inclui informação técnica, ferramentas, equipamentos de apoio em terra, equipamentos de diagnóstico e formação para realizar os diferentes níveis de manutenção no país. A aquisição dos caças é realizada com peças de reposição e serviços logísticos para operar por cinco anos. O custo da operação é de US$ 301,2 milhões.

Esclarece-se ainda que o processo de formação para recepção, operação e manutenção de aeronaves teve início em março deste ano e é composto por duas etapas. A primeira etapa do treinamento inclui cursos de língua inglesa para que o pessoal técnico e os pilotos recebam as correspondentes certificações. A segunda etapa do treinamento, a operacional, será realizada na Dinamarca, nos Estados Unidos e na Argentina ao longo do ano.

Está confirmado que o F-16 estará baseado na VI Brigada Aérea da cidade de Tandil, província de Buenos Aires, e seu principal escalão de manutenção estará baseado na Área Material de Río Cuarto, província de Córdoba.

Está prevista a execução de um Plano de Infraestruturas que inclui melhorias nas superfícies aeroportuárias, pista de pouso e decolagem, plataformas de proteção de aeronaves, armazéns de materiais aeronáuticos, depósitos, hangares, oficinas, salas de treino, serviços de unidades básicas e sistemas de apoio ao voo, para operar corretamente com a nova aeronave.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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