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O primeiro-ministro Jean Castex anunciou a suspensão ao parlamento. “Notamos que a situação está piorando e por isso decidimos suspender todos os voos entre o Brasil e a França até novo aviso”, disse Castex. O anúncio de Castex atraiu aplausos no parlamento.
Castex observou que os viajantes do Brasil já precisavam fazer um teste negativo para o vírus antes da partida e na chegada à França, além de ficar em quarentena por 10 dias. Mas o governo também tem enfrentado apelos crescentes de especialistas em saúde para a suspensão do voo, a fim de limitar ainda mais a propagação potencial.
Boris Vallaud, legislador da oposição socialista, classificou a suspensão do voo como “necessária e uma decisão muito boa”.
A França teve 5,1 milhões de casos de coronavírus desde o início da pandemia, o maior número na Europa, e viu mais de 99.000 pessoas morrerem. O país está lutando contra outra onda de infecções por coronavírus e hospitalizações que está sobrecarregando hospitais em Paris e em outros lugares.
Para conter o aumento de casos na França, restrições a viagens e movimentos são aplicadas em todo o país, além de um toque de recolher noturno. As escolas estão em meio a uma paralisação programada para durar pelo menos três semanas.
O ministro da Saúde francês, Olivier Veran, disse ao parlamento que uma variante que primeiro varreu a Grã-Bretanha antes de se espalhar para a Europa continental é agora responsável por cerca de 80% das infecções na França e que as variantes vistas pela primeira vez no Brasil e na África do Sul representam menos de 4% das infecções francesas.
“Proporcionalmente, estamos vendo um retrocesso dessas variantes porque são menos contagiosas do que as inglesas”, disse Veran.
A variante brasileira preocupa médicos e cientistas, principalmente pela maior resistência às vacinas existentes contra a Covid-19. Especialistas falam em “escape imunológico”: “É claro que, embora saibamos que a vacinação funciona muito bem na mutação, vemos uma perda de proteção com as variantes brasileira e sul-africana”, explica ao Le Parisien o virologista Bruno Lina, membro do conselho científico.
Mesmo antes da suspensão dos voos, o tráfego de passageiros do Brasil já havia sido drasticamente reduzido por limites de viagens durante a pandemia. O Ministro dos Transportes da França disse esta semana que apenas 50 pessoas por dia voavam do Brasil para o principal aeroporto de Paris, contra 50.000 por semana antes da crise de saúde.