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Ator da nova ordem mundial, avião chinês COMAC C919 obtém certificação

Avião COMAC C919
COMAC C919 – Imagem: Ken Chen, via Wikimedia Commons

Na manhã de 29 de setembro, o CAAC finalmente concedeu o certificado de tipo ao COMAC C919, possibilitando sua produção em série e o início de sua operação comercial. A autoridade de aviação da China permite que o modelo entre no enorme mercado industrial no cobiçado segmento de 150-190 assentos, amplamente dominado pelos fabricantes ocidentais Boeing e Airbus.

Como reporta o Aviacionline, a fabricante americana aguarda a recertificação de seu Boeing 737 MAX na China, suspenso de operação comercial desde março de 2019, após os acidentes que colocaram o modelo no centro da polêmica. Inúmeras fontes sugeriram que um dos obstáculos para a recertificação do MAX foi a entrega do certificado de tipo do C919, portanto, resta saber se o CAAC finalmente avança com a aprovação do retorno do jato americano.

O programa C919 foi concebido para competir no segmento de aeronaves de corredor único de médio alcance com menos de 200 assentos. Uma vez que o modelo obtenha as permissões necessárias das autoridades regulatórias, ele rivalizará diretamente com a família A320neo da Airbus e variantes do Boeing 737 MAX.

Trajetória do jato chinês

O programa C919 foi concebido para competir no segmento de aeronaves de corredor único de médio alcance com menos de 200 assentos. Uma vez que o modelo obtenha as permissões necessárias das autoridades regulatórias, ele rivalizará diretamente com a família A320neo da Airbus e variantes do Boeing 737 MAX.

Como um ator da nova ordem mundial, não no sentido conspiratório da expressão, mas sim da polarização que está promovida entre ocidente e oriente, o C919 conquistou encomendas apenas na China e seu círculo de influência.

De acordo com o que o fabricante declarou, o C919 pode transportar entre 158 e 168 passageiros com um alcance padrão de 4.075 quilômetros e um máximo de 5.555 quilômetros. Em março de 2021, a China Eastern Airlines confirmou o primeiro acordo comercial para adquirir o modelo ao assinar um contrato de compra de cinco aeronaves.

Dificuldades

No entanto, o desenvolvimento não foi sem complicações. Desde que foi apresentado em 2008, a COMAC enfrentou problemas no fornecimento de peças de reposição por seus fornecedores e o endurecimento dos controles de exportação pelos Estados Unidos.

Desde dezembro de 2020, o país norte-americano exige licenças especiais para exportar peças e assistência tecnológica a qualquer empresa que tenha vínculos com o exército chinês. Essa medida afetou particularmente o desenvolvimento do programa, que já havia sofrido atrasos em seu cronograma inicial.

Embora a aeronave seja montada na China, ela depende muito de componentes ocidentais. A turbina, motor em si e a aviônica, elementos-chave no desenvolvimento de um novo avião, não são produzidos no país asiático. Como consequência, o projeto tornou-se mais vulnerável às restrições internacionais às exportações e transferências de tecnologia.

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