Veranistas no hemisfério norte podem ter seus planos de verão afetados por possíveis cancelamentos de voos. Isto deve-se principalmente aos incidentes de segurança da Boeing no início do ano, que dificultaram o recebimento de aeronaves suficientes por várias companhias aéreas para a temporada de verão.
Algumas companhias podem não ter outra escolha senão cancelar alguns voos ou oferecer serviços reduzidos em algumas rotas, informa o Aviacionline, parceiro do AEROIN.
Em janeiro deste ano, uma aeronave Boeing 737-9 MAX da Alaska Airlines sofreu uma perda, poucos minutos após a decolagem, de uma porta-tampão de uma saída de emergência inativa. Este incidente desencadeou uma enxurrada de investigações, incluindo uma da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA).
Por conta disso, a Boeing teve que readequar as entregas de sua carteira de pedidos, razão pela qual a empresa perdeu vários prazos de entrega. Naturalmente, isto também causou descontentamento entre vários clientes, incluindo a companhia aérea de baixo custo Ryanair.
Além do problema com a norte-americana, a fabricante de motores Pratt & Whitney fez recall de centenas de motores dos aviões Airbus após detectar um problema de fabricação. Este problema afeta principalmente aeronaves de voos de curta distância, e muitas companhias aéreas que utilizam este motor serão afetadas por um longo período nos próximos anos.
A Avia Solutions Group, com sede em Dublin, a maior empresa de leasing de aeronaves do mundo, já deu o alarme sobre o aumento do risco de cancelamentos nos próximos meses, bem como cortes de horários por parte das companhias aéreas.
Boeing pede às companhias aéreas que inspecionem seu 737 MAX em busca de defeito de fabricação
Por sua vez, vários voos para destinos populares de verão, como Maiorca, Dalaman, Corfu, Lanzarote e Nice, entre outros, deverão registrar um aumento de preços, que poderá ultrapassar os 1.000 euros por pessoa.
Gediminas Ziemelis, presidente do Avia Solutions Group, que aluga aeronaves de passageiros e de carga para diversas companhias aéreas ao redor do mundo, afirma: “Estamos vendo o que eu chamaria de superdemanda. A última vez que houve algo assim foi quando o tráfego aumentou depois do 11 de setembro. As companhias aéreas estão desesperadas por aviões devido a problemas de produção, mas o poço está seco. Acho que, nesse sistema defasado, os cancelamentos são muito possíveis“, completa.
Ryanair chama gestão da Boeing de “galinhas sem cabeça”
Embora a última questão de segurança da Boeing em janeiro tenha complicado significativamente as coisas, a empresa já enfrentava problemas contínuos de entrega em 2022. Entre as companhias aéreas afetadas, a Ryanair tem sido especialmente crítica em relação aos atrasos da Boeing.
Michael O’Leary, CEO da Ryanair, afirmou em 2022, conforme noticiado pela ‘CNN’: “Neste momento, acreditamos que a gestão da Boeing está correndo como galinhas sem cabeça, não sendo capaz de vender aviões e, além disso, os aviões que entregam, não são capazes de entregá-los no prazo.“
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